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Análise: Agora vem a segunda parte da temporada

Futebol brasileiro é assim. Mal deu tempo de festejar o título estadual e o Atlético já volta a campo. Se para o torcedor rubro-negro é cruel retomar o dia-a-dia sem poder curtir por pelo menos uma semana uma conquista como a do domingo (8), para Coritiba e Paraná Clube é ótimo voltar a campo para esquecer das feridas do Paranaense. Com o Trio de Ferro jogando nesta quarta (11) pela Copa do Brasil, começa a segunda parte da temporada 2016 – e o buraco agora é bem mais embaixo.

Isto porque a exigência passa a ser cada vez maior. Se para Atlético e Coritiba, os jogos desta quarta na Copa do Brasil ainda são de grau de dificuldade teoricamente menor, o Paraná Clube já entra de cabeça na parte mais difícil do ano. Enfrenta às 19h30 a Chapecoense, que mesmo poupando titulares monta um time competitivo – não à toa foi o melhor time catarinense nos últimos brasileiros e conquistou o título estadual.

O Coritiba já terá um rival mais encorpado, mesmo ainda não sendo das primeiras divisões. O Juventude surpreendeu o Grêmio e chegou à final do campeonato gaúcho, e certamente terá no Alfredo Jaconi lotado uma arma para tentar vencer o Coxa às 19h30. Mais tarde, às 21h30, o Atlético pode até poupar um time inteiro que é favorito contra o modesto Dom Bosco, do Mato Grosso, jogando na Arena Pantanal.

Gilson Kleina, técnico do Coritiba
Gilson Kleina poderá usar os jogos nacionais para apagar a perda do título. Foto: Albari Rosa

Passando de fase, a pressão aumenta para o Trio de Ferro. O Coritiba enfrentaria ou o Paysandu, que venceu a Copa Verde neste ano, ou o Operário, que venceu o Paranaense de 2015 dentro do Couto Pereira e este ano foi rebaixado no Estadual, mas eliminou o Criciúma no Heriberto Hulse. Já Atlético e Paraná, se chegarem à terceira fase, vão se enfrentar – no que seria o primeiro clássico curitibano na história da Copa do Brasil.

E depois?

Já neste sábado (14) começa o Brasileirão. E a pegada tem que ser maior. Ao mesmo tempo, o nível de equilíbrio nas séries A e B dá aos nossos times (incluindo aí o Londrina) condições de surpreender. Claro que para isso é fundamental reforçar o elenco, e isso vale para os quatro paranaenses das duas divisões.

Na Série B, o Vasco (pela camisa e pela campanha invicta neste ano) e o Bahia (pelo time que está montando) são os únicos favoritos. o Londrina aposta no fator casa. Volta ao estádio do Café e encara o CRB na primeira rodada. Nos outros clubes, há uma curiosidade e uma preocupação sobre como virá o Tubarão, que chega depois de dois acessos consecutivos.

O Paraná tenta acertar mais nas contratações. Pela primeira vez em muito tempo o grupo do Estadual foi na maioria aprovado e os jogadores que chegam são para jogar – o exemplo está nas vindas de Robert, Pitty e João Paulo. Constância e salários em dia, artigos em falta nos últimos anos, podem empurrar o Tricolor pras primeiras posições.

Treino do Paraná
Principal objetivo do Paraná no ano, que é subir, vai começar agora. Foto: Marcelo Andrade

Na Série A, o time de melhor elenco, o Atlético-MG, não conseguiu empolgar. E o atual campeão, o Corinthians, fracassou na Libertadores. O Palmeiras surge como um potencial favorito, mas só potencial.  Flamengo, Grêmio, Internacional, Fluminense e Cruzeiro vêm aos trancos e barrancos. O São Paulo, o que está jogand,o melhor, não tem elenco pra duas competições. É aí que o Atlético pode dar o salto para nova luta pela Libertadores, ainda mais se conseguir reforçar o time nas peças decisivas (zaga, lateral-esquerda, meia de articulação).

Já o Coritiba precisa andar passo por passo, sem querer dar saltos no tempo. O primeiro é arrumar a casa depois da perda do título, contratando reforços de qualidade. Depois fazer o Couto Pereira ser um diferencial para não correr qualquer risco de rebaixamento. E mais tarde se estabilizar no meio da tabela. Se fizer tudo isso, pode aproveitar a instabilidade geral e surpreender.