O Brasil encerrou a sua participação na canoagem slalom nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, com cinco pódios. Graças à dupla dourada Ana Sátila e Pepê Gonçalves, que conquistaram duas medalhas de ouro cada um neste domingo. Ana ganhou no C1 e no K1 Extremo. Já Pepê também foi o primeiro no Extremo e também no K1.

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“Esse dia vai ficar guardado na memória para o resto da vida. Foi uma das competições mais emocionantes e legais que participei. É realmente incrível, gostei de tudo, desde a organização, a cidade, e terminar essa competição com duas medalhas é inesquecível”, afirmou Ana Sátila, com um enorme sorriso no rosto.

“É uma sensação incrível voltar para casa com a medalha de ouro. Estou muito feliz com esse resultado. Batalhei cada dia para chegar a essas conquistas. É só o treino que faz o atleta. Quanto mais se dedica, mais as chances aumentam. Precisa melhorar na parte física, técnica e a psicológica. É um esporte muito difícil, que acaba sendo lindo e maravilhoso. É para isso que treino e me dedico todos os dias”, disse.

“Eu não treino o K1 Extremo, procuro focar nas categorias olímpicas. Eu entro no barco e vou competir. Nessa prova, não é o melhor atleta que vence pois tudo pode acontecer. E machuca bastante, é muito agressivo. Tem de cuidar da saúde, então procuro tomar à frente logo para evitar os contatos”, completou a atleta, que conseguiu sair ilesa da disputa.

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Assim como a amiga, Pepê também tomou a dianteira nos primeiros metros e, concentrado, passou a linha de chegada em primeiro. “É um caminhão que sai das costas. Sensação de dever cumprido e o trabalho foi muito bem feito. Tive 100% de aproveitamento e agora terei uns dois dias para curtir essas medalhas, depois vou colocar num quadro e já começar a focar a próxima competição”, avisou.

Antes das provas de K1 Extremo, mais cedo, Ana Sátila ganhou a prova de C1 com boa margem de diferença para seus adversários. No masculino, Felipe Borges ficou com a medalha de bronze. Já no K1, Pepê Gonçalves foi ouro, enquanto que Omira Estácia, apesar de ter chegado na segunda posição, teve uma punição e acabou ficando em sexto lugar. Seu treinador até entrou com recurso, mas não adiantou.

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Além das medalhas na slalom, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) deixou o Pan de Lima com mais três pódios na velocidade. Isaquias Queiroz ganhou o ouro no C1 1.000 metros, enquanto que Ana Paula Vergutz foi bronze no K1 500 metros e Vagner Souta foi terceiro no K1 1.000 metros. No total, foram oito medalhas da canoagem nacional no Peru.

A melhor campanha da canoagem brasileira nos Jogos Pan-Americanos havia sido em Toronto, em 2015, quando o Time Brasil obteve três medalhas de ouro, seis de prata e cinco de bronze (14 pódios). A campanha em Lima foi superior na qualidade das medalhas, com cinco de ouro e três de bronze.

“Independentemente de resultado individual, o que valia aqui era o Brasil. Eu pude ver que cada atleta estava lutando para isso e tentando dar o seu melhor para representar o País muito bem, acima de levar uma medalha para casa”, explicou Ana Sátila. Pepê também se mostrou orgulhoso. “Me sinto honrado de fazer parte da história da canoagem”, afirmou.

João Tomasini Schwertner, presidente da CBCa, elogiou o desempenho dos atletas no Pan. “Foi um trabalho coordenado, com apoio do COB, que levou a cinco medalhas e ouro e três de bronze. É um caminho para chegar a Tóquio”, explicou, lembrando que existe a ideia de colocar o K1 Extremo para a Olimpíada seguinte. “A Federação Internacional de Canoagem está negociando com Paris-2024 para que o K1 Extremo esteja no programa”, revelou.