Trabalho, respeito, diálogo e um pouco mais de trabalho. As qualidades descreviam o jogador Doriva e podem muito bem explicar o técnico que Doriva se tornou. Aliás, para os amigos e ex-colegas de trabalho, é justamente esta estabilidade que credencia o novo treinador do Atlético para desenvolver seu trabalho com confiança. Com tempo para implantar sua filosofia ao elenco atleticano (o Furacão reestreia na competição dia 16 de julho, fora de casa, contra o Flamengo) ele deve usar todo o conhecimento adquirido e a experiência que teve como jogador para enriquecer o seu dia a dia com o elenco Rubro-Negro.
Para contar um pouco da história de Doriva, o Paraná Online falou com Paulo Cesarini, amigo há quase vinte anos e também administrador de alguns dos vários negócios que ele tem pelo país. E ao falar da pessoa, facilmente Cesarini cita o profissional, deixando claro que ambos são um só. “É uma pessoa muito simples, corretíssima. Ele sempre disse que queria ir para um grande clube e Deus preparou o Atlético para o caminho dele. Podem ter certeza que contrataram um grande profissional”, acrescentou.
Ao optar se tornar treinador, Doriva teve que vencer um drama pessoal. Aos 36 anos, teve que se aposentar após um exame médico identificar uma arritmia cardíaca. Como perdeu o pai muito novo por problemas semelhantes (aos 32 anos) preferiu mudar os rumos da carreira, que contava com passagens pela seleção brasileira, São Paulo, Atlético-MG, Porto-POR, Celta-ESP e Middlesbrough-ING. “Foi difícil porque ele amava jogar futebol. Foi complicado, mas a família deu a sustentação que ele precisava. Foi um momento difícil, mas graças a Deus soube superar”, contou.
Como características principais, o amigo destaca a capacidade de ouvir para aprender que Doriva tem como treinador. “Ele começou de baixo e sempre gostou de aprender. Ele sempre ouve os mais experientes, se empenha muito”. Mas não só os mais experientes. Para Sérgio Ramirez, que foi técnico do Ituano enquanto Doriva ainda era auxiliar, a habilidade de se relacionar com o grupo é uma das qualidades do novo treinador atleticano. “A palestra dele (preleção, antes dos jogos) é muito boa. O Atlético tem um elenco jovem e ele esta acostumado com isso. Tem uma condução muito boa do elenco. Tem personalidade, mas não precisa ter comportamento hostil para conduzir os jogadores. Muito diálogo e conversa”, disse Ramirez.
Cobrança não vai faltar. De acordo com Cesarini, exigir do grupo como treinador o mesmo que ele próprio demonstrava como jogador é muito comum no trabalho de Doriva. “Pode ter certeza. No time dele as pessoas que jogam são as que estão melhores. O Doriva elogia quem tem disciplina, determinação e atitude. Jogador tem que ter essa qualidade para poder jogar com ele. Os jogadores do Atlético terão alguém que cobra muito deles”, afirmou, depois de lembrar que quando ainda era jogar, Doriva ia treinar mesmo quando não estava relacionado.
Sérgio Ramirez acredita que, estudioso que é, Doriva poderá fazer um grande trabalho no Atlético. “Ele tem trabalhos tático magníficos e uma experiência como jogador incrível. Acredito que a escolha foi muito bem feita. O Atlético esta bem servido de treinador”, concluiu.