São Paulo – O técnico da seleção portuguesa, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, esteve ontem em São Paulo e falou sobre quase tudo, desde a meta para sua seleção na Copa do Mundo da Alemanha até a desastrosa passagem de Vanderlei Luxemburgo pelo Real Madrid.
?Estamos em 10.º no ranking da Fifa. Então, temos de ficar no mínimo entre os oito melhores na próxima Copa. Nós temos time para chegar à final?, afirmou Felipão. Sobre um possível confronto com o Brasil de Parreira, Felipão não fugiu do combate. ?Tomara que a gente se enfrente, pelo menos estaremos nas quartas-de-final ou na semifinal?, analisou.
O gaúcho não negou sua preferência na Alemanha. ?Torço pelo Brasil sim, desde que a gente não se cruze. Aí, sou Portugal.?
O técnico pentacampeão em 2002 preferiu evitar uma confrontação com o treinador da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira. ?Não tem essa de pentacampeão contra tetracampeão. Os dois foram campeões com suas equipes pelo Brasil.?
Inglaterra
Ainda sobre Portugal, Felipão disse que seu contrato depende do desempenho na Copa. Confirmou também a entrevista ao jornal inglês Observer, na qual revelou que poderia aceitar um convite da seleção da Inglaterra ou de algum clube inglês depois de julho, quando o contrato com a Federação Portuguesa acaba.
?Ao término do meu contrato, estarei pronto para resolver minha vida. Pode ser Espanha, Itália, Rússia, quero ficar na Europa. E quero trabalhar com seleção, aprendi a gostar de trabalhar com seleção?, declarou o gaúcho, que estará sexta-feira em Montreux, na Suíça, acompanhando o sorteio da Euro 2008, que será realizada por suíços e austríacos.
Quanto a dirigir a seleção brasileira, Felipão não descartou a idéia, mas vai esperar seu filho completar o curso de Direito em Portugal.
Favoritismo
Para Felipão, o Brasil de Parreira é superfavorito, mas é preciso tomar cuidado com isso. ?Parreira tem uma grande seleção na mão, mas tem de provar o favoritismo, tem de provar sempre. E para provar isso, só vencendo?, alerta o técnico, que descarta qualquer guerra de vaidades no elenco brasileiro. ?Difícil é trabalhar com jogador ruim que pensa que é bom. O Parreira não tem este problema.?
O gaúcho aproveitou para dizer que o Mundial da Alemanha será espetacular, sem problemas de segurança.
Luxemburgo
Felipão também falou sobre a passagem meteórica de Luxemburgo no Real. ?Não posso falar com profundidade sobre o assunto, mas a volta do Vanderlei dificulta para todos nós?, analisou.
Ele mencionou a sua dificuldade em escolher jogadores para a seleção portuguesa, já que Portugal tem muitos estrangeiros no seu campeonato. ?Tenho um universo de 49% dos atletas para selecionar?, revelou. Apesar dos problemas, citou também técnicos que fazem uma boa campanha na Europa, como Ricardo Gomes, no Bordeaux, e Bonamigo, no Marítimo.
Antes de deixar a Portuguesa, onde recebeu a Comenda Infante Dom Henrique, Felipão encontrou Fafá de Belém, que abraçou o treinador e revelou como o gaúcho é querido em Portugal. ?Ele foi o único homem que fez os portugueses colocarem a bandeira na janela, como os brasileiros fazem?, concluiu.
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