Campeão do Troféu Brasil nos 5.000 metros, o brasileiro Altobeli da Silva vê nos Jogos Pan-Americanos de Toronto a oportunidade de ganhar visibilidade no exterior e mudar de patamar no atletismo. Com a ambição de “ficar marcado na história”, buscará uma medalha neste sábado, às 21h50 (de Brasília).

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O nome, inspirado no atacante da seleção italiana de 82 Alessandro Altobelli, já é de campeão. Mas, ao contrário do jogador de futebol, o passe para o gol dependeu sempre só dele. Até viver apenas do atletismo, Altobeli percorreu um caminho inusitado. Em 2008, andava pelas ruas de Catanduva (SP) entregando panfletos de uma rede de supermercados quando viu um outdoor que lhe chamou a atenção.

“Vi a propaganda de uma corrida que ia dar uma moto de premiação para o primeiro colocado. Eu achava que quem andava o tempo inteiro tinha a possibilidade de ganhar uma corrida de 10 km, não entendia. Terminei não ganhando, mas fui descoberto por um treinador”, relembra.

O técnico era Guilherme Salgado, que viu potencial no corredor. Seis meses depois, Altobeli começou a representar a cidade nas competições, ganhando uma bolsa de R$ 200 mensais. Durante um ano conciliou os treinamentos com o trabalho de entregador de móveis, entretanto, a falta de incentivo fez o brasileiro interromper a carreira duas vezes.

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Ele passou a viver do esporte quando ganhou o patrocínio de uma fábrica de laticínios. De lá para cá, ganhou a Meia Maratona do Rio de Janeiro, foi vice-campeão ibero-americano e também faturou a tão sonhada moto no ano passado. O próximo objetivo é adquirir conhecimento no exterior. “Sonho em fazer intercâmbio porque penso em crescer cada vez mais, não existe um limite para quem sonha alto”, devaneia. E o Pan de Toronto pode ser o trampolim que faltava.