São Paulo – O São Paulo deve ir a julgamento por um fato no mínimo inusitado. Aos 5 minutos do segundo tempo do jogo contra o Ituano, quinta-feira, quando a torcida são-paulina mais pegava no pé do árbitro, o sistema de som do Morumbi entrou em ação para anunciar: "O árbitro da partida é o senhor Cléber Wellington Abade."

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As vaias, que já eram fortes, se intensificaram. A diferença é que, depois disso, a torcida passou a vaiar Abade, chamando-o pelo nome e tudo. O árbitro, claro, não gostou. E relatou o fato na súmula da partida. "Aos 51 minutos de jogo, sem motivo algum, o sistema de som do estádio (…) fez com que a torcida da equipe mandante se manifestasse através de vaias", escreveu.

Como tudo o que vai para a súmula é julgado, o caso deverá ser analisado pela Comissão Disciplinar da Federação Paulista na semana que vem. O difícil para os auditores será encontrar um artigo no Código Brasileiro de Justiça Desportiva para enquadrar o São Paulo – não há registro de caso semelhante no futebol do Brasil.

Por essa razão, o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, acha que o caso não vai dar em nada. "Vão julgar o São Paulo pelo quê? Por ter divulgado o nome do juiz? Isso acontece em todo estádio, é normal", diz. Segundo ele, o nome de Abade não foi anunciado antes do jogo – como de costume – por um "lapso" do funcionário encarregado do sistema de som.

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