Depois de engolir uma dobradinha da rival McLaren em Mônaco, a Ferrari procurou tranqüilizar seus torcedores dizendo que o domínio prateado nas ruas do Principado foi circunstancial, fruto das características da pista. E que tudo voltaria ao normal do outro lado do Atlântico, em Montreal.
Mas não foi isso que se viu ontem nos primeiros treinos para o GP do Canadá, a sexta etapa do Mundial de Fórmula 1. Fernando Alonso, líder do campeonato, fez o melhor tempo nas duas sessões, fechando o dia 0s540 à frente de Felipe Massa, o segundo colocado.
O brasileiro, com semblante preocupado, disse que os resultados de ontem ainda não permitem desenhar um quadro muito preciso para o resto do fim de semana. Mas admitiu que as coisas não estão muito róseas pelos lados do time vermelho. ?É difícil dizer qual a diferença entre nós, porque as duas equipes estavam trabalhando coisas diferentes. Mas vamos tentar melhorar na classificação?, falou.
E como tem sido praxe nesta temporada, a classificação é decisiva. Nas cinco corridas disputadas até agora, em quatro o pole-position venceu. E a partir das 14h de hoje a sessão que define o grid tem a chance de ser mais emocionante que a prova de amanhã, porque aquele que conseguir largar na frente sabe que terá enormes chances de vitória.
Alonso deixou o autódromo ontem satisfeito e otimista, mas sem demonstrar grande euforia. ?Não vamos dominar aqui como fizemos em Mônaco, mas é um bom começo, sem dúvida, ficar na frente na sexta-feira?, disse o espanhol, que no ano passado, pela Renault, fez a pole e venceu.
Hamilton, seu companheiro, terminou os treinos livres em terceiro lugar, boa posição para quem só conhecia a pista canadense de videogame e simuladores. ?Eles ajudam muito a aprender o traçado, mas nada é comparável com a vida real. Gostei da pista, não tivemos problemas e acho que temos boas chances no domingo?, afirmou o inglês, que tem os mesmos 38 pontos que Alonso na classificação, mas ainda não ganhou nenhum GP.