Vetado pelos médicos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) do GP do Bahrein, marcado para este domingo, Fernando Alonso detalhou nesta quinta-feira os efeitos provocados pelo assustador acidente sofrido na abertura da temporada, revelando que sofreu pequenas fraturas nas costelas e teve problemas no pulmão, o que ainda não era de conhecimento público.

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“Eu estava bem no domingo (20 de março, quando se acidentou no GP da Austrália). Um pouco de dor no joelho, mas não era grande coisa, então fui liberado e tudo estava bem. Na segunda-feira, eu tive um pouco de dor no geral, nada muito sério. Então eu voei, cheguei à Espanha e a dor era um pouco maior, por isso fizemos exames adequados e eu tinha um pequeno pneumotórax no pulmão”, disse.

Alonso esperava participar neste fim de semana do GP do Bahrein, mas o risco da lesão se agravar em caso de novo acidente e até mesmo afetar o funcionamento dos seus pulmões levaram os médicos da FIA a impedirem a sua participação na prova no circuito de Sakhir.

“Recebi o conselho dos médicos para relaxar em casa e repetir o exame na segunda-feira. O pneumotórax se foi, mas eu tenho algumas fraturas nas costelas e porque na F1 você está em uma posição única no carro, e com a Força G, havia o risco das fraturas passarem para o pulmão. Não é como perna quebrada ou braço, onde você pode lidar com a dor, é o peito, onde existem órgãos, por isso não podemos fazer muito mais”, explicou.

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Alonso voltará a ser avaliado pelos médicos da FIA antes do início das atividades de pista da prova seguinte, o GP da China, marcado para 17 de abril. E o espanhol admitiu nesta quinta-feira que poderá ficar de fora de mais uma corrida da Fórmula 1 por causa do seu processo de recuperação.

“Não é 100%, terá outro teste que preciso fazer nos próximos oito ou dez dias e depois a FIA irá avaliar novamente, como fizeram hoje”, disse. “Vou me recuperar. Já estou recuperado do pneumotórax, apenas as costelas não estão ‘coladas’, vamos dizer, por isso poderia ser um problema. É muito, muito pequeno o risco, mas eu entendo que todos nós queremos risco zero. Por isso, é apenas uma questão de tempo, nos próximos dez dias devo estar bem, mas não podemos garantir. Talvez cinco dias, talvez dez, talvez 12”.

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Fora do GP do Bahrein, Alonso explicou que tomou a decisão de permanecer no país e acompanhar a prova do próximo domingo, quando a sua McLaren será ocupada pelo belga Stoffel Vandoorne, piloto reserva da equipe inglesa. “Agora eu ficarei aqui todo fim de semana para ajudar Stoffel, porque é uma boa oportunidade para ele, e para ajudar a equipe, porque amo o que faço, amo a F1 e as corridas”, disse.

Esta será a segunda vez em dois anos que o espanhol fica fora de uma prova em razão de um acidente. No ano passado, Alonso não participou do GP da Austrália após sofrer uma forte batida ainda durante a pré-temporada, em sessão de testes no circuito de Barcelona.