A McLaren se ofereceu para comprar um lugar para Fernando Alonso no grid das 500 Milhas de Indianápolis, mas o bicampeão da Fórmula 1 disse à equipe que ele se sentiria desconfortável substituindo um piloto que conquistou pelos seus méritos o direito de participar da tradicional corrida.
Alonso, com um carro da McLaren, não conseguiu se classificar para a corrida do próximo domingo, algo considerado uma humilhação para uma das mais tradicionais equipes do automobilismo. O espanhol buscava ganhar a tríplice coroa do automobilismo, sendo que lhe faltava apenas triunfar nos 500 Milhas, pois já ganhou as 24 Horas de Le Mans e o GP de Mônaco. E a McLaren estava de volta para as 500 Milhas pela primeira vez desde a que dominou na década de 1970.
O CEO da McLaren, Zak Brown, afirmou à agência de notícias The Associated Press (AP) que a equipe não iria comprar uma vaga no grid das 500 Milhas. Já Bob Fernley, presidente de operações da Indy da equipe, foi demitido após Alonso não conseguir se classificar para a corrida.
Após o fracasso, a equipe realizou sondagens sobre a possibilidade de comprar um dos 33 postos do grid das 500 Milhas. Brown declarou que Alonso inicialmente apoiou a McLaren nessa tentativa, por avaliar que seria a decisão comercial certa para satisfazer as obrigações dos patrocinadores. Porém, ao entender que isso significaria substituir outro piloto e competir por outra equipe, o espanhol declarou que não estaria confortável com essa opção.
Uma possibilidade que a McLaren teria avaliado seria o lugar de Oriol Servia, da Arrow Schmidt Peterson Motorsports, porque a equipe britânica já tem uma parceria com a Arrow.
“Fernando não fez nada errado, ele precisava estar na corrida e devia estar na a corrida e nós temos muitos parceiros que gostariam de estar na corrida”, disse Brown, à AP, nesta segunda-feira. “Nós compramos um lugar para ele? Bem, ele disse: ‘Eu sei o que custa para entrar nesta corrida, não parece certo para mim tomar o lugar de outro piloto porque minha equipe comprou a vaga’. Há muito orgulho em Fernando e na McLaren”.
O fracasso da McLaren é um dos maiores da história das 500 Milhas, mas não o único. Em 1995, Al Unser Jr. e Emerson Fittipaldi não conseguiram se classificar para a prova, assim como Bobby Rahal em 1993, sendo que um ano antes ele havia sido campeão da Fórmula Indy.