O futebol é mesmo assim. Depois de retornar ao Coritiba, em meados do ano passado, o zagueiro Allan atuou em apenas uma partida, vindo do banco de reservas, contra o Roma, em 3 de março, ainda pelo Campeonato Paranaense. Agora, com a ausência de dois titulares, ele deve ser a grande novidade do Coxa no jogo de amanhã, às 16h, contra o Paysandu, no Couto Pereira. É como se fosse uma reestréia do jogador, que foi formado nas categorias de base do clube.
Allan começou no time profissional do Cori em 2000, em uma situação semelhante à enfrentada hoje pelo técnico Cuca. ?O Paquito era o técnico e alguns zagueiros ficaram machucados. Fui chamado do time júnior e acabei atuando contra o Grêmio ao lado do Leonardo?, conta o jogador. Dali em diante, ele passou a atuar constantemente no time principal, sem no entanto se firmar – seu melhor momento foi na Copa dos Campeões, em 2001.
Após deixar o Alto da Glória e passar pelo futebol coreano e pelo Botafogo, Allan retornou, em uma negociação de caráter ?sentimental?, liderada pelo seu pai, Erwin Aal Júnior, o Vivi, que foi jogador alviverde. ?Tenho muito carinho pelo Coritiba?, reconhece o zagueiro, que figurou neste Brasileiro apenas em um jogo – na primeira rodada, contra o Fortaleza, ficou no banco da equipe ainda comandada por Antônio Lopes.
Agora, sem Miranda e Vágner, Cuca optou por Allan, que se encaixa mais no sistema de jogo proposto pelo técnico. Alexandre Luz também disputa a posição (ver matéria), é considerado o suplente de Flávio como líbero. A escolha do treinador também teve como base a força ofensiva do Paysandu. ?Conheço bem os atacantes do nosso adversário e preciso ter um bom trabalho defensivo?, justifica.
É a chance que ele tanto espera. ?Toda oportunidade é uma oportunidade?, resume o zagueiro. ?No momento em que você faz parte de um grupo como o do Coritiba, você precisa estar pronto para jogar a qualquer momento.? O pensamento de Allan bate com o de Cuca, que imaginava a partir desta rodada contar com todo o grupo. ?Em um campeonato com 42 rodadas, você precisa ter todo mundo à disposição?, comenta.
E Allan usaria esta partida como a reestréia que ele aguarda desde outubro do ano passado. ?É um momento legal. Depois de atuar em outros clubes, vou ter a oportunidade de voltar ao Couto Pereira?, afirma o zagueiro.
Cuca vai manter a base
O mais importante é a base. O técnico Cuca vai manter dez titulares da partida contra o Goiás para o jogo de amanhã contra o Paysandu. Ao contrário do que se especulou, nem Marcelo Peabiru nem Caio serão titulares – além de preferir mexer o mínimo possível, o treinador está gostando da evolução da equipe nas últimas partidas.
Segundo Cuca, a preocupação dele não é com o rendimento tático do Coritiba. ?Nós estamos bem. Tivemos todas as condições de vencer o Goiás, mas não aconteceu?, resume. Seu trabalho mais incessante nesta semana foi acertar a pontaria do elenco. ?Foram treinos muito bons. Confio que vamos ter uma evolução neste aspecto na partida contra o Paysandu?, completa.
O time não está oficialmente definido porque o treinador preferiu deixar a confirmação do companheiro de Reginaldo Nascimento e Flávio para amanhã. ?O Flávio e o Alexandre (Luz) treinaram, um em cada treino, e eu gostei muito do trabalho deles. Na verdade, fiquei muito satisfeito com a atuação de todos os jogadores?, avalia.
Na verdade, Cuca precisa escolher entre duas características. ?Um jogador é mais rápido, o outro tem mais comando. Um joga mais pela esquerda, o outro é centralizado?, explica o técnico – Allan é o ?um? e Alexandre Luz é o ?outro?. ?Quero pensar mais um pouco para definir?, justifica.
Mas as outras posições não terão alterações. Marcelo Peabiru e Reginaldo Vital, este recuperado na lesão de joelho, estão relacionados e estarão no banco de reservas. A situação é a mesma de Caio, que chegou a participar do treino tático de ontem como titular. ?Ter estas opções é poder criar situações diferentes de jogo ao decorrer da partida?, festeja Cuca.