O zagueiro Dante e o volante Luiz Gustavo chegaram na manhã desta sexta-feira ao Rio com os semblantes demonstrando cansaço pela longa viagem desde Frankfurt, Alemanha, mas também alívio por terem sido liberados pelo Bayern de Munique para a seleção brasileira. Ambos admitiram que tiveram muito medo de serem cortados do grupo que vai disputar a Copa das Confederações, mas dizem que, agora, é concentração total para servir à seleção.
Um pouco mais falante, Dante revelou que ele e Luiz Gustavo pediram ao Bayern que o
liberasse – exatamente como a comissão técnica da seleção brasileira entende que os
jogadores devem fazer em situações como essa, interferindo junto a seus clubes.
“Deixamos claro na conversa que a seleção é importante para nós, é a realização de um sonho pelo qual sempre lutamos e que estamos realizando”, disse o zagueiro.
Para ele, no entanto, o fundamental para o “final feliz” foi a contato entre a CBF e o clube alemão. “Eles conversaram e a CBF conseguiu resolver da melhor maneira”,
declarou, desconsiderando o fato de que a entidade bateu o pé exigindo a liberação
escorada no Estatuto da Fifa que determina que os jogadores deveriam se apresentar 14 dias antes do início da Copa das Confederações – se não cumprissem ficariam sem
condição de jogar por seus clubes.
Luiz Gustavo se definiu como “feliz” pelo fim do imbróglio e também confirmou a
conversa com os cartolas do Bayern. Acha, porém, que o papo não foi tão decisivo assim na liberação. “Não tínhamos muito a dizer ou opinar, só nos restava esperar. A situação era delicada e tememos o corte.”
Na sua opinião, o principal motivo da confusão foi a atitude da Federação Alemã de marcar a decisão da Copa da Alemanha para 1.º de junho – o Bayern decide o título com o Stuttgart neste sábado e por isso não queria ceder os dois jogadores à seleção. “Eles não estudaram o calendário como deveriam e marcaram a final para um data equivocada.”
No entanto, Luiz Gustavo negou que ele e Dante tenham sofrido pressão psicológica por parte da comissão técnica da seleção para forçarem a liberação, sob risco de corte, como disse o diretor-executivo do Bayern, Karl-Heinz Rummenigge. “A conversa foi tranquila”, disse o volante. “Não teve nada disso”, garantiu o zagueiro.
Ainda nesta manhã de sexta, o grupo estará fechado, com a chegada de Réver e de Bernard, ambos do Atlético-MG, defendido pela dupla na noite da última quinta-feira no confronto de volta das quartas de final da Copa Libertadores, diante do Tijuana, em Belo Horizonte.