Ele voltou com tudo, e vestindo a camisa 10. Alexandre foi a grande surpresa da partida de sábado contra o Paysandu, e agora disputa abertamente uma posição na zaga do Coritiba. O inusitado da história, o fato de ele jogar com a camisa que seria normalmente de Reginaldo Vital, foi uma brincadeira de Antônio Lopes para surpreender o Papão. E, para o zagueiro, esta foi a única surpresa, porque ele garante que já acreditava na possibilidade de voltar à equipe.
“Eu estava recuperado, treinando bem e sabendo que poderia jogar a qualquer momento”, comenta ele, que jogou a primeira partida depois da fratura de duas vértebras, há dois meses. “Eu fiz todo o trabalho de fisioterapia, e já tinha até treinado entre os titulares. Fico feliz pelo fato de o professor Lopes confiar em mim e no meu trabalho”, afirma Alexandre.
Não que o retorno dele tenha sido apenas de flores. Logo no início da partida, o zagueiro se viu obrigado a salvar o gol de Borges em cima da linha. Minutos depois, o grande susto: em uma jogada dividida, Alexandre caiu de cabeça no chão. “A gente saiu correndo para ver como ele estava. Ficamos assustados, mas o árbitro (Romildo Correa) queria que ele levantasse logo. Tivemos que falar tudo para o juiz entender”, conta o goleiro Fernando Vizzotto, titular coxa no sábado.
Apesar disso, a volta foi positiva – até pelo fato de o Coritiba ter jogado com três zagueiros no Mangueirão. “Foi bom, porque eu já estava acostumado em jogar assim em outros clubes”, diz Alexandre, que no entanto não quer dar palpite na tática alviverde. “Isto é assunto do professor. Eu só acato ordens”, resume.
Mas para ele o caminho é bem aberto. Além de ser um dos jogadores de confiança do Delegado, Alexandre é um dos “tranqüilos” do elenco, com contrato até o final de 2005. Mesmo assim, o zagueiro não quer falar em próxima temporada, e diz que os companheiros nem pensam nisso. “Para nós, o importante ainda é o brasileiro. Nós temos oito jogos, precisamos conseguir os resultados para quem sabe pensar em uma vaga na Copa Sul-Americana”, afirma.
E Alexandre ainda precisa se firmar como titular, já que a disputa ficou aberta entre ele, Reginaldo Nascimento, Vágner e os titulares (pelo menos em tese) Flávio e Miranda – os cinco estão à disposição de Antônio Lopes para o jogo de domingo contra o Figueirense. “É bom para o Coritiba, que tem várias opções. Para mim, é importante porque a gente aprende bastante, ainda mais com jogadores experientes como o Flávio e o Nascimento. Espero que eu consiga garantir minha vaga”, afirma ele, que só tem certeza que não vai jogar com a 10. “Eu nunca pensei em jogar com a camisa dez. Fica estranho, né?”, finaliza.