São Paulo – Alexandre Barros, único latino-americano no Mundial de MotoGP, quer começar o ano de 2004 com uma boa notícia: a troca da Yamaha pela Honda. A negociação caminha lenta, difícil, mas o piloto diz que está otimista. O contrato com a Yamaha só termina no final da temporada de 2004.
“A máquina não rendeu o que esperávamos, alguns pilotos se machucaram. Não tivemos um ano bom”, disse na sexta-feira. Alexandre está descansando com a família e pretende só viajar para a Europa quando a situação estiver resolvida.
“Ainda não posso garantir nada. Minha vontade é voltar para a Honda que, em minha opinião, terá a moto para lutar pelo título, outra vez, no ano que vem.”
Nesse caso, Barros deixaria a Fortuna Yamaha onde correria ao lado do italiano Marco Melandri e disputaria o próximo MotoGP pela Repsol Honda, tendo como companheiro de equipe o americano Nicky Hayden, 5.º colocado no mundial de 2003.
A grande mudança no motociclismo mundial para 2004 ficou por conta do tricampeão Valentino Rossi que trocou a equipe oficial da Honda pela Gauloises Yamaha por US$ 10 milhões. A Gauloises foi a equipe de Barros e Olivier Jacque em 2003. Jacque, decepcionado com os resultados técnicos, pediu para sair no final do campeonato nem deverá correr no ano que vem. E Barros foi transferido para a Fortuna, mas não quer ficar.
A Yamaha reestruturou todo seu departamento de competições para transformar o modelo YZR-M1 em uma máquina vencedora. O primeiro grande desafio da Yamaha e de Rossi será o teste coletivo previsto para o dia 24 de janeiro, em Sepang, na Malásia. Alexandre Barros, que ainda faz fisioterapia desde a operação no ombro, em novembro, não deverá testar em janeiro.
A Honda quer Alexandre Barros. O chefe de equipe Carlo Fiorani quer levar o piloto brasileiro para o lugar de Valentino Rossi e a oferta é tentadora. Barros teria nas mãos a mesma máquina que deu a Rossi o título de 2003. Mas a Yamaha não quer liberá-lo e há ainda problemas envolvendo patrocinadores.
A Repsol Honda, além do título de Rossi em 2003, também foi campeã por equipes somando 487 pontos contra 351 da Honda Pons e 305 da Ducati. Entre os construtores, em 2003, a Honda venceu com 395 pontos contra 225 da Ducati e 175 da Yamaha.
Alexandre Barros não comenta o que fará caso as negociações com a Honda acabem não dando certo. “Só vou pensar nisso depois.” Barros lembra que não foram só os acidentes que sofreu este ano os responsáveis pela performance fraca da Yamaha na temporada. Mesmo sem condições físicas ideais Alexandre foi o segundo colocado no mundial entre os pilotos que correram com Yamaha. O primeiro foi o espanhol Carlos Checa que terminou o campeonato em 7.º lugar. Barros foi o 9.º com 101 pontos.
Os três primeiros colocados do mundial – Valentino Rossi, Sete Gibernau e Max Biaggi – correram com Honda. E o quarto, Loris Capirossi, disputou o campeonato com uma Ducati. Em 2004, quem promete uma moto eficiente para ganhar corridas é a Suzuki que manteve sua dupla de pilotos: os americanos Kenny Roberts Jr. e John Hopkins.
O mundial de MotoGP de 2004 começa dia 18 de abril na África do Sul e terminará dia 31 de outubro, em Valência, Espanha. O GP do Brasil, em Jacarepaguá, foi antecipado e será disputado dia 4 de julho.