A Fifa entregará nesta segunda-feira, em cerimônia marcada para começar às 15h30 (de Brasília), a Bola de Ouro ao melhor jogador de 2014, e a disputa está entre dois goleadores fabulosos e um goleiro extraordinário. Cristiano Ronaldo e Messi, que dominam o prêmio desde 2008 (o argentino levou o troféu quatro vezes e o português, duas), têm como adversário Neuer – que pode fazer história como o primeiro arqueiro a vencer a eleição.

continua após a publicidade

O prêmio quase sempre é entregue a um jogador ofensivo. Desde sua primeira edição, em 1991, só um defensor foi agraciado: o zagueiro italiano Fabio Cannavaro, ganhador em 2006. Roberto Carlos chegou perto em 1997 (ficou em segundo lugar, atrás de Ronaldo), e o goleiro alemão Oliver Kahn quase levou em 2002 (terminou em segundo, também atrás do Fenômeno). Kahn, por sinal, foi o primeiro goleiro a ser incluído entre os três finalistas. Seu compatriota Neuer é o segundo.

Se o goleiro não vencer, será a segunda vez na história que em ano de Copa do Mundo o ganhador não terá sido um integrante da seleção campeã – a primeira foi em 2010, quando a Espanha ganhou a competição na África do Sul e Messi conquistou a Bola de Ouro. Em 1994 o prêmio ficou com Romário, em 1998 com Zidane, em 2002 com Ronaldo e em 2006 com Fabio Cannavaro.

O desempenho no Mundial é o maior trunfo de Neuer para ser eleito. Além de ter feito grandes defesas, ele chamou a atenção por sua facilidade (e eficiência) para jogar com os pés fora da área e funcionar como um líbero capaz de interromper contra-ataques. Mas para isso é preciso que o colégio eleitoral, formado por técnicos e capitães de seleções e alguns jornalistas, pense diferente dos jornalistas que elegeram Messi o melhor jogador da Copa do Mundo apesar de ele só ter balançado a rede nos jogos da primeira fase e ter perdido uma chance clara quando o placar da final mostrava 0 a 0.

continua após a publicidade

Cristiano Ronaldo naufragou na Copa junto com a seleção portuguesa, mas o que fez pelo Real Madrid antes e depois do Mundial o transforma no maior favorito das bolsas de apostas. Marcou 17 gols na conquista da Liga dos Campeões (recorde da competição), foi o artilheiro do Campeonato Espanhol com 31 e nesta temporada já marcou 33 vezes em 27 partidas. E seu time ganhou quatro títulos no ano: Liga dos Campeões, Copa do Rei, Supercopa da Europa e Mundial. São credenciais mais do que suficientes para fazê-lo ganhar pela segunda vez seguida – terceira na carreira, o que o igualaria a Zidane e Ronaldo Fenômeno.

Messi, o único jogador a ter sido eleito o melhor do mundo quatro vezes seguidas (2010, 2011, 2012 e 2013), desta vez entra como azarão. Ele fez a temporada mais discreta de suas últimas cinco pelo Barcelona e não conquistou nenhum título. Pela seleção argentina, teve um ótimo rendimento na primeira fase da Copa do Mundo e fez gols decisivos contra a Bósnia e o Irã. Mas não brilhou a partir das oitavas de final, quando os jogos passaram a ser eliminatórios. E muita gente no mundo do futebol – jogadores, técnicos e até o presidente da Fifa, Joseph Blatter – criticou a eleição que o premiou como melhor jogador da competição.

continua após a publicidade

A noite de gala da Fifa também vai distribuir prêmios em outras categorias. E há uma grande expectativa para saber quem levará o troféu de técnico do ano. Os candidatos são o italiano Carlo Ancelotti (Real Madrid), o argentino Diego Simeone (campeão espanhol e vice da Liga dos Campeões pelo Atlético de Madrid) e o alemão Joachim Löw, comandante da seleção campeão mundial.

A atacante Marta será a única representante do Brasil na festa. Ela tenta a sexta conquista, e terá como adversárias a meia alemã Nadine Kessler e a atacante norte-americana Abby Wambach.

Uma mulher poderá fazer história e se tornar a primeira a ganhar o prêmio de gol mais bonito do ano. Trata-se da irlandesa Stephanie Roche, que joga no futebol francês. Mas ela terá dois adversários fortíssimos: o meia colombiano James Rodríguez, indicado pelo gol de sem-pulo que marcou contra o Uruguai no Mundial, e o atacante holandês Van Persie, na disputa pelo gol de peixinho que fez contra a Espanha na Copa.