Alemanha mostra simpatia sem perder o foco no Mundial

Bastou um dia para a seleção da Alemanha conquistar a simpatia do povo de Santa Cruz Cabrália, a pequena cidade do litoral sul da Bahia que foi escolhida pelos tricampeões do mundo como base durante a Copa do Mundo. Tão logo a delegação colocou os pés na vila de Santo André, cuja praia está entre as mais belas do Brasil, o meia Schweinsteiger e o goleiro Neuer foram vistos usando camisas do Bahia – presentes do zagueiro Dante, que joga com ambos no Bayern de Munique.

No dia seguinte, após o único treino aberto ao público feito pelo time no País, um grupo de índios foi convidado a apresentar danças típicas no gramado e vários jogadores se animaram a acompanhá-los. Estava feito, assim, um brilhante trabalho de relações públicas.

A coisa, não entanto, não parou por ali. Dias depois, um grupo de jogadores que incluiu Schweinsteiger, Özil e Podolski visitou a única escola de Santo André e alegrou o dia de dezenas de meninos e meninas da vila, com todos – crianças e jogadores – visivelmente encantados com a experiência.

Com o início da Copa, a seleção alemã tratou de se concentrar mais nos jogos e pouco saiu do Campo Bahia, o belíssimo centro de treinamento construído especialmente para o time em Santo André. Ainda assim, as demonstrações de simpatia dos alemães não cessaram. Na vila, é comum ver jogadores – e até o técnico Joachim Löw – circulando pela praia sem jamais deixar de conversar atenciosamente com os moradores e os turistas que os abordam. Nas cidades que a seleção visita durante o Mundial, sempre há um ou outro atleta que se anima a dar uma volta para conhecer um pouco melhor o Brasil.

E há, claro, as redes sociais. Nelas, os integrantes da seleção não se cansam de falar bem do Brasil e publicar fotos do que veem País afora. Schweinsteiger e Podolski são os campeões da simpatia cibernética e a última deles foi exibir-se ao mundo usando camisas do Flamengo.

TRANCOS E BARRANCOS – Evidentemente, a Alemanha não veio ao Brasil apenas para mostrar o quanto seus jogadores são amáveis e brincalhões. Há uma missão a ser cumprida aqui – ser campeã do mundo – e a equipe continua na rota do título, apesar das críticas que sofre em seu país. As queixas são muitas e o principal alvo delas, como esperado, é Joachim Löw.

Embora o time tenha estreado com uma avassaladora goleada sobre Portugal, as coisas logo começaram a sair do eixo. O empate com Gana e a apertada vitória sobre os Estados Unidos mostraram que algo não ia bem na seleção alemã e isso ficou escancarado na dramática partida contra a Argélia. A lentidão da defesa, a falta de rapidez na troca de passes no ataque e o baixo aproveitamento das oportunidades de gol criadas quase custaram à Alemanha a vaga nas quartas de final da Copa.

Contra a França, o futebol melhorou, mas não a ponto de seduzir os críticos de Löw. A volta de Phillipp Lahm à lateral direita e a reedição da parceria entre Schweinsteiger e Khedira no meio de campo deram mais fluidez ao jogo alemão e amenizaram as reclamações, mas a desconfiança ainda é grande. A Alemanha mostrou até aqui que seu espírito competitivo continua intacto, mas resta saber se só isso bastará para a conquista do quarto título mundial.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna