A seleção brasileira está sob imensa pressão para ganhar a Copa do Mundo, mas ela não é a única. A Alemanha carrega no torneio o peso dos 24 anos sem levantar a taça e já não lhe serve mais o título de campeã da regularidade. Chegar a quatro semifinais de Mundial consecutivas é mesmo uma façanha admirável, mas nenhum alemão se satisfaz com ela. Ganhar a Copa é essencial, e tanto Joachim Löw quanto seus jogadores sabem disso. E sabem também que estão proibidos de falhar na partida contra o Brasil.
A Alemanha caiu nas semifinais das Copas de 2006 e 2010 e nessa mesma etapa na Eurocopa de 2012. O penúltimo jogo do torneio tornou-se uma espécie de barreira que os alemães, famosos por serem muito eficientes nos momentos decisivos, não sabem ao certo como superar. Evidentemente, quem vai “apanhar” mais em caso de um novo fracasso será o treinador.
Joachim Löw se notabilizou, nos últimos anos, por fazer a Alemanha jogar um futebol atraente, mas isso de nada adiantará se continuar sem títulos. O recado foi dado por um peso-pesado do futebol alemão: Lothar Matthäus, último jogador do país a levantar a taça de campeão, em 1990. “É óbvio que os jogadores se perguntam: ‘Queremos jogar bonito e voltar para casa mais cedo ou estar com a taça nas mãos?’. A resposta é clara: tragam o título para casa”, falou o ex-meia em entrevista ao site da Fifa. “E, por isso, não joguem apenas bonito, mas, acima de tudo, pratiquem um futebol vitorioso.”
Com imprensa, torcedores e até mesmo antigos craques colocando-o sob pressão, Löw sabe que seu prestígio na Alemanha – que já foi maior, diga-se de passagem – não resistirá a mais uma derrota. Mas ele jura que está tão sereno e seguro do que tem feito quanto sempre esteve. “Eu consigo lidar muito bem com as situações de pressão, até gosto delas”, disse o treinador pouco antes da Copa do Mundo. “Tudo o que posso dizer sobre esse assunto, na verdade, é que nós queremos ser campeões mundiais. Conheço nossa capacidade e sei que temos possibilidades.”
DESAFIO IMENSO – Quando analisou a tabela da Copa do Mundo, Löw logo de cara notou que a lógica indicava um confronto com o Brasil na semifinal. Não poderia ser pior o cenário para a Alemanha: enfrentar o maior favorito ao título, que joga em casa, justamente na fase em que a equipe se especializou em cair. Ainda assim, o treinador alemão se mostra bastante empolgado com o confronto com os pentacampeões mundiais.
“Jogar contra o país-sede é um grande desafio”, disse Löw. “Sabemos que o Brasil vai colocar sua paixão em campo e que terá 200 milhões de torcedores. Mas sabemos o que temos de fazer e acreditamos que temos boas chances.”
O treinador está consciente de que as chances da Alemanha só serão mesmo boas se o time conseguir controlar o ímpeto do Brasil. Para isso, a estratégia será controlar a posse da bola, trocando passes perto da área brasileira. Serão fundamentais nesse cenário os volantes Khedira e Schweinsteiger, o meia Kroos e Philipp Lahm, que voltou a ser lateral-direito. Thomas Müller deverá jogar pela direita, com Klose como centroavante – embora Schürrle também seja candidato a essa vaga.