A imagem mais marcante do confronto entre Alemanha e Argentina pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, em território alemão, ocorreu durante a decisão por pênaltis (o jogo terminou empatado por 1 a 1). Sob uma das traves do estádio Olímpico de Berlim, Jens Lehmann, goleiro da Alemanha, leu algumas anotações escritas em um pedaço de papel sobre as preferências dos cobradores argentinos. Deu certo, já que Lehmann defendeu dois pênaltis.
Oito anos depois, a Alemanha mais uma vez está preparada para o caso de a partida contra a Argentina, neste domingo, no estádio do Maracanã, no Rio, na grande final da Copa, terminar nos pênaltis. Não se sabe se Manuel Neuer vai consultar algum pedaço de papel antes das cobranças, mas é uma possibilidade.
Joachim Löw, treinador da Alemanha, já disse que seu time se preparou para o caso de necessidade dos pênaltis, mas fez mistério sobre essa preparação. “Nós estudamos esse assunto, analisamos vários jogadores da Argentina”, afirmou o técnico. “Mas é claro que alguns jogadores mudam o canto, não cobram sempre para o mesmo lado. Isso acontece, mas é claro que fizemos uma análise das tendências e das preferências dos jogadores nos pênaltis”.
Löw diz não querer que a final da Copa do Mundo termine nos pênaltis por considerar que, nesse caso, a pressão sobre os jogadores é imensa. Mas ele não deveria olhar para esse tipo de disputa com tanta má vontade. Desde 1982, quando aconteceu a primeira decisão por pênaltis da história dos Mundiais, a Alemanha jamais foi derrotada.
Os alemães estiveram envolvidos na decisão inaugural, contra a França, pela semifinal da Copa da Espanha. E venceram, assim como bateram o México nas quartas de final do Mundial de 1986, a Inglaterra na semifinal da edição de 1990 e a Argentina em 2006. Incrivelmente, nessas quatro disputas a Alemanha errou apenas um pênalti: Stielike, contra os franceses, em 1982.