Favorito

Alemanha decide vaga ‘em casa’ diante dos argelinos

Depois de passar três semanas brigando com o clima quente e úmido do nordeste do Brasil, finalmente a seleção da Alemanha disputará uma partida da Copa do Mundo “em casa”. O enorme favoritismo alemão na partida desta segunda-feira contra a Argélia, às 17 horas, pelas oitavas de final, é reforçado pelo clima “europeu” de Porto Alegre.

Além da temperatura bem mais baixa do que as enfrentadas pela Alemanha na primeira fase do Mundial – a previsão para esta segunda é de máxima de 15 graus na capital gaúcha -, a presença de muitos descendentes de alemães no Rio Grande do Sul também servirá para fazer a seleção tricampeã do mundo se sentir à vontade no Beira-Rio. O cenário, portanto, parece ideal para uma tranquila vitória sobre uma equipe pouco conhecida, mas há quem pense de maneira diferente. Joachim Löw, por exemplo.

Apesar de a presença da Argélia nas oitavas de final ser uma grande surpresa, o treinador da Alemanha diz que já vinha estudando o time africano desde antes do Mundial e que o conhece bem. Nem tanto a ponto de recitar de primeira a escalação da equipe, mas o suficiente, segundo ele, para saber que a partida será complicada. “Podemos não conhecer os nomes dos jogadores, mas sabemos como eles jogam”, afirmou Löw. “Sabemos que é um time com grande influência da França e que é harmonioso e compacto. Não foi por acaso que chegou a esta fase.”

O plano de jogo de Löw para superar a mais do que provável retranca da Argélia é repetir o que foi feito contra os Estados Unidos, na última quinta-feira. O time se pôs a sufocar os norte-americanos desde o primeiro minuto e, embora tenha diminuído o ritmo com o passar do tempo, jamais perdeu o controle da partida. Quando conseguiu fazer seu gol, no início do segundo tempo, a Alemanha passou a dispor de espaço para contra-atacar e, ao mesmo tempo, manteve sua defesa com uma postura muito firme.

O maior problema do time alemão contra os norte-americanos foi que os jogadores de frente estiveram muito imprecisos nos passes e finalizações, e só por esse motivo a Alemanha venceu por apenas 1 a 0. Evidentemente, Löw espera ver esse defeito desaparecer nesta segunda.

“Temos de controlar o jogo”, opinou o capitão Philip Lahm. “Contra Gana (empate por 2 a 2), a bola ia e vinha a todo momento, houve muita paixão, mas sem tática nenhuma. Precisamos acertar os passes para termos a sensação de controle durante os 90 minutos, até porque assim teremos mais facilidade para nos defender.”

Joachim Löw não anunciou quem será o parceiro de Lahm no centro do campo. Khedira e Schweinsteiger brigam pela vaga. No lado esquerdo do ataque, que não conta com Podolski, machucado, Götze disputa a posição com Schürrle.

ATAQUE VELOZ – Vahid Halilhodzic, técnico da Argélia, reconhece que a Alemanha é favorita, mas acredita que seu time pode vencer nesta segunda. “O que estamos fazendo na Copa é maravilhoso e queremos continuar.” Ele deverá repetir a formação do empate com a Rússia, apostando em uma defesa forte e em um ataque veloz.

A Argélia tem motivos para desejar uma vingança contra os alemães nesta segunda-feira. Motivos já distantes no tempo, mas tem. Na Copa de 1982, uma suspeitíssima vitória da Alemanha Ocidental por 1 a 0 sobre a Áustria impediu os argelinos de superar a fase de grupos do Mundial, façanha que o país teve de esperar mais 32 anos para alcançar.

Após chocar o mundo com a vitória por 2 a 1 sobre a Alemanha na estreia, a Argélia perdeu para a Áustria e ganhou do Chile. A classificação não ocorreu justamente por causa do triunfo dos alemães sobre os austríacos naquele que ficou conhecido como o “jogo da vergonha”. Depois que o time alemão fez 1 a 0, as duas seleções claramente deixaram de atacar, uma vez que a vitória classificaria ambas para a fase seguinte.

Preocupado em não elevar demais a temperatura do jogo no Beira-Rio, Halilhodzic prefere não falar muito sobre aquele episódio. “São águas passadas, temos de nos concentrar no nosso jogo de amanhã (segunda).”

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