Alemães tentam quebrar tabu de nunca vencer Azzurra em mundiais

São Paulo – Ag. Placar – Em um duelo de seis títulos mundiais, Alemanha e Itália decidem hoje, às 16h (de Brasília), no Westfalenstadion, em Dortmund, uma vaga na grande final da Copa do Mundo de 2006. Jogando em casa, com o apoio de sua torcida, os alemães tentam quebrar um tabu histórico de nunca ter vencido a Azzurra em um mundial e seguir sonhando com o tetracampeonato.

O último encontro entre as equipes em mundiais aconteceu na final da Copa da Espanha, em 1982, quando os italianos venceram por 3 a 1 e conquistaram o tricampeonato mundial. Naquela Copa, a Itália contou com um grande futebol do atacante Paolo Rossi que, depois de uma primeira fase apagada, marcou seis gols em três jogos e foi decisivo na conquista.

Em 2006, todas as eperanças italianas estão depositadas no atacante Luca Toni, artilheiro do Campeonato Italiano deste ano pela Fiorentina. Assim como Paolo Rossi, Toni também fez uma primeira fase discreta, mas foi o autor de dois gols contra a Ucrânia nas quartas-de-final e acredita que pode repetir o feito de Paolo Rossi nas partidas decisivas na Alemanha.

?Seria maravilhoso poder fazer o mesmo que Rossi, mas estou mais preocupado em ajudar a Itália a vencer a Alemanha e passar para a final?, disse o jogador, que tentará ainda ajudar a Itália a manter um outro tabu: a equipe não perde uma partida de Copa do Mundo na Europa há 32 anos, quando foi derrotada pela Polônia por 2 a 1 na Copa de 1974, também na Alemanha. Desde então a Azzurra disputou 23 partidas, com 17 vitórias e seis empates.

Outro confronto épico protagonizado pelas equipes em mundiais aconteceu na semifinal da Copa do México, em 1970, quando a Itália venceu a Alemanha por 4 a 3, em um jogo que, para muitos, foi a melhor partida da história das Copas. As equipes ainda se encontraram outras duas vezes em mundiais, na primeira fase da Copa de 1962 e na segunda fase do mundial de 1978, ambas terminadas empatadas sem gols.

Para a partida de hoje, o técnico alemão Jurgen Klinsmann terá o desfalque do meia Torsten Frings, suspenso pelo envolvimento no confronto generalizado entre argentinos e alemães logo após a eliminação da Argentina da Copa do Mundo. Na oportunidade, Frings deu um soco no queixo do atacante argentino Julio Cruz. Na vaga do jogador, o treinador alemão pode escalar Tim Borowski e Sebastian Kehl.

Outros que preocupam Klinsmann são o capitão Michael Ballack e o artilheiro do mundial, Miroslav Klose, ambos com problemas musculares. Os jogadores foram vítimas do grande desgaste da partida contra os argentinos nas quartas-de-final e seguem em tratamento. De acordo com a comissão técnica alemã, os jogadores estarão recuperados a tempo do jogo.

Do lado da Itália, a grande ausência será o zagueiro Alessandro Nesta, que segue se recuperando de de uma lesão sofrida na partida contra a República checa, ainda na primeira fase da competição. Em seu lugar deve entrar Marco Materazzi, que retorna ao time após cumprir suspensão pela expulsão contra a Austrália.

Contra a ira alemã por Frings

Dortmund – AE – Enfrentar 62 mil torcedores alemães (serão três mil italianos) em condições normais no Westfalenstadion hoje não é algo que tire o sono do técnico Marcelo Lippi e de seus comandados. Mas enfrentar uma legião desse tamanho insuflada a ser hostil com a Azzurra por matérias de jornais é algo que ninguém quer experimentar. E por isso Lippi tratou de dar um recado muito claro aos jornalistas alemães durante a coletiva de ontem no estádio: ninguém da delegação italiana teve influência na decisão da Fifa de suspender Frings da partida.

?Quero dizer a todos vocês, e principalmente aos alemães, que não mexemos um dedo para tirar Frings do jogo. Ficamos surpresos com a decisão da Fifa. A verdade é esta.? O gancho para a mensagem do treinador italiano foi uma pergunta feita por um alemão, que queria saber se não temia um clima mais acirrado contra a Itália pelo fato de a imagem que condenou Frings ter sido apresentada por uma tevê italiana.

Lippi passou o tempo todo toureando os alemães, que se mostravam inconformados com a suspensão imposta a Frings – o homem que seria o encarregado de marcar Totti. E também fez sua média ao dizer que a Alemanha é forte o suficiente para não sentir o desfalque. ?Um time que chega à semifinal de um mundial tem recursos para não sentir a falta de um jogador.? Quando a pergunta era feita por um italiano, o técnico mostrava serenidade e confiança.

E desta vez nem fez mistério sobre a escalação, deixando claro que a única alteração em relação ao jogo das quartas-de-final diante da Ucrânia será a entrada de Materazzi, que cumpriu suspensão, no lugar de Barzagli.

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