Os Estados Unidos contam com quatro jogadores que entrarão em campo com o coração dividido, nesta quinta-feira, às 13 horas, na Arena Pernambuco, em Recife, pela rodada final do Grupo G da Copa do Mundo. Nascidos na Alemanha, Fabian Johnson, Jermaine Jones, John Brooks e Timothy Chandler terão um teste de fogo para mostrar que a escolha por defender a seleção norte-americana não foi em vão. Além do quarteto, a lista dos ‘germânicos-americanos’ ainda conta com o técnico Jürgen Klinsmann, que já foi ídolo da Alemanha como jogador, já dirigiu a seleção do seu país e desde 2011 trabalha com os norte-americanos.
Johnson e Jones serão titulares nesta quinta-feira e adotam posturas bem distintas quando se referem à pátria de nascimento. Johnson, que nasceu em Munique, lembra que já enfrentou muitos dos adversários em jogos pelo Campeonato Alemão – ele defende o Hoffenheim – e deixa claro que seu foco é a seleção norte-americana. “Já joguei contra eles na Liga e estou feliz pelo jogo que teremos pela frente. Tenho orgulho de ser parte dessa seleção”, afirmou o lateral.
Por outro lado, Jones, nascido em Frankfurt, não esconde que a emoção vai falar mais alto, principalmente na hora do hino. “Tenho orgulho das duas nações. Cresci na Alemanha e lá aprendi muito quando comecei na carreira. O país é um dos principais no mundo do futebol. Mas também tenho orgulho de ser americano. Vou fechar meus olhos durante os hinos e esperar as emoções virem para depois entrar em campo e tentar fazer o meu melhor”, revelou o volante do Besiktas, que tem a mãe alemã e o pai norte-americano.
O reserva de Johnson, Timothy Chandler, também nasceu em Frankfurt e no banco de reservas terá de mostrar muito sangue-frio para não se deixar levar pela emoção. O zagueiro John Brooks, autor do gol da vitória sobre Gana, na estreia do Mundial, nasceu em Berlim, onde defende o Hertha, e pela primeira vez enfrenta a seleção do seu país de origem.
Quem também viverá um sentimento especial é Julian Green. O atacante de 19 anos nasceu em Tampa, nos Estados Unidos, mas desde os 11 anos de idade atua por clubes alemães e muitos dos adversários desta quinta-feira são seus companheiros no Bayern de Munique.
Outro que também se divide entre a Alemanha e os Estados Unidos é Klinsmann. Ídolo do futebol alemão, ele já dirigiu a seleção germânica, a levou até ao terceiro lugar na Copa de 2006, na Alemanha. “Não estou pensando nisso (reencontro com a Alemanha). Tenho orgulho de ser o comandante dos Estados Unidos na Copa. Acho que nenhum jogador alemão que joga nos Estados Unidos pensa nisso agora. Eles vão entrar para dar tudo que têm, como fizeram contra Gana e Portugal”, disse o treinador.