Foto: Cíciro Back/ O Estado |
Marlus fica no banco e Henrique volta a ser titular no jogo de hoje. continua após a publicidade |
Esperança e dignidade. Essas são as palavras de ordem do Coritiba para o confronto de hoje contra o Gama.
Apesar das chances remotas de classificação para a primeira divisão, o Alviverde do Alto da Glória quer a vitória para continuar sonhando, desde que os resultados ajudem.
Se não ajudarem, o time quer finalizar a competição da melhor forma possível, lutando até o fim. Para tanto, o Coxa terá o goleiro Kléber e o zagueiro Henrique como novidades. O confronto está programado para as 16h, no Distrito Federal.
?É fundamental fazermos a nossa parte. Precisamos vencer e depois a gente vai torcer, porque estamos dependendo mais do que nunca dos resultados paralelos?, aponta o técnico Paulo Bonamigo.
Ele diz que é preciso manter a dignidade nos jogos que restam e vencer porque a matemática pode ajudar. ?Ainda temos a esperança na combinação de resultados. Como nós tivemos alguns deslizes dentro de casa, também pode acontecer com eles?, justifica.
Para o treinador, a esperança existe na mesma proporção que o Coritiba desperdiçou oportunidades de conquistar pontos preciosos. ?O Náutico veio aqui (no Couto) e deu um chute, tivemos três bolas na trave, o que a gente fez com o Atlético-MG e não conseguimos vencer. Quem sabe nesses dois jogos possamos ter algumas surpresas pelo lado positivo?, destaca. O volante Paulo Miranda concorda com o treinador. ?Enquanto há chance, e parece que é 4%, temos que buscar os resultados positivos para tentar a classificação?, analisa.
De acordo com ele, o time vai entrar em campo para conseguir os seis pontos, contra Gama e Avaí. ?Não adianta nada acontecer um tropeço do Náutico ou do América-RN e a gente acabar perdendo. Temos que ir em busca dos seis pontos e fazer a nossa parte?, diz. Segundo o zagueiro Leandro, hoje será o jogo da esperança. ?Temos que tomar a atitude, ir para cima e conquistar a vitória.
Se você acreditar e trabalhar, vale a pena ter fé e nós vamos correr atrás dos nossos objetivos?, revela.
Time
Fé, dignidade e esperança à parte, Bonamigo escalou a equipe e não tem nenhuma dúvida para enfrentar o Periquito do Distrito Federal. A delegação, que está em Brasília desde quarta-feira, trabalhou ontem num clube social da cidade. O goleiro Artur e o zagueiro Batatais estão suspensos e dão lugar a Kléber e Henrique, respectivamente. No restante da equipe, nenhuma alteração. Havia a expectativa de Bona poder contar com o atacante Ânderson Gomes, mas o jogador foi vetado pelo departamento médico.
Pro ?Feiticeiro?, vale tudo
?Para ganhar, vale tudo!? Quem faz a afirmação é o ?Feiticeiro? Hélio Alves. Treinador e supervisor do Coritiba por 20 anos em diversas oportunidades, ele relembra da célebre ?mala preta? de 1983 para classificar o Atlético no Brasileirão e diz que, se estivesse no Alviverde, faria tudo de novo para levar o time para a primeira divisão. ?Nós fizemos muito isso, eu e o (Onaireves) Moura.
Nós estávamos para classificar e mandamos dinheiro para o América ganhar do Colorado?, aponta.
Ele é daqueles que não temem a legislação do CBJD, que prevê punição para quem dá dinheiro para alguém ganhar de seu concorrente direto. A diretoria do Coxa nem quer ouvir falar na ?mala preta?, pelas implicações que isso geraria, mas conselheiros e torcedores irão mandar dinheiro para Santo André, Ituano e Paysandu complicarem a vida de América-RN, Náutico e Paulista, respectivamente. ?Nessas horas, vale até feitiçaria. Você tem que acreditar em tudo, acender uma vela para o santo, ?amarrar? as pernas do adversário, etc?, aconselha.
Em 1983, Alves era treinador do Atlético e armou tudo para fazer o América vencer Colorado e garantir a classificação para o time da Baixada. ?Houve uma polêmica muito grande por se tratar de uma coisa contra um time daqui. Naquela oportunidade, quem levou o dinheiro foi o Paulino, meu filho?, destaca. Mesmo assim, ele diz que o apelido que ganhou é um pouco exagerado.
?Me chamam de Feiticeiro, mas eu tive muita sorte na profissão. Quando não era campeão, era vice?, comemora.
Sorte que faltou ao Alviverde este ano, na opinião de Alves. ?Eles foram infelizes nas contratações ,apesar do departamento de futebol competente. Eles não tiveram condições de contratar jogadores melhores. Até tem bons jogadores no elenco, mas não casaram com a proposta do clube?, observa. De qualquer jeito, ele não condena a atual diretoria. ?Não é fácil esse negócio e não critico os dirigentes porque sei das dificuldades. O pessoal quer resultados, mas é uma missão muito difícil?, finaliza o ?Feiticeiro?.
Ainda em fase de finalização, o livro Memórias do Feiticeiro deve trazer essa história da ?mala preta? e outros saborosos causos do futebol paranaense.
Por enquanto, Hélio Alves está de volta a Curitiba a pedido dos médicos e vai a Pontal do Paraná aos finais de semana, ver como está a casa de praia.
No próximo dia 6 de dezembro, ele será homenageado pela Câmara de Curitiba e ganhará o título de cidadão honorário.
CAMPEONATO BRASILEIRO – SÉRIE B
37.ª Rodada
Local: Mané Garrincha (Brasília)
Horário: 16 horas
Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas (MG)
Assistentes: Alessandro Rocha (Fifa-BA) e Alexandre Santos Conceição (MG)
Gama x Coritiba
Gama
Éverton; Márcio Goiano, Gilvan, Bruno Lourenço e Ânderson Mineiro; Juninho, Marcelo Goianira, Thiago Matos e Lindomar (Zé Maria); Fábio Oliveira e Vanderlei. Técnico: José Galli Neto
Coritiba
Kléber; Henrique, Índio e Leandro; Andrezinho, Egídio, Paulo Miranda, Cristian e Ricardinho; Caio e Hugo. Técnico: Paulo Bonamigo