O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu nesta terça-feira que o governo sirva de mediador na escolha do futuro presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo ele, a atividade é de interesse público e, por isso, o estado deve ter papel no disciplinamento. O atual dirigente da CBF, José Maria Marin, tem mandato até o fim da Copa do Mundo de 2014, mas vem sofrendo pressão para deixar o cargo.
“Além de recursos públicos destinados à pratica de esporte, à construção de infraestrutura esportiva, há também a função social que deve dizer respeito ao estado exatamente pelo interesse social e público contido na atividade”, destacou, durante audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte no Senado Federal.
Aldo mantém uma relação conflituosa com o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, o representante político e financeiro da Fifa no Brasil. O atrito se acirrou após a divulgação de uma gravação em que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, que também preside o COL, critica o ministro. O áudio contém, ainda, comentários sobre as eleições na CBF.
Segundo Aldo, as relações entre o governo, Marin e a Fifa são “institucionais, de trabalho”. Recentemente, o presidente da CBF vem sendo alvo de críticos, que pedem sua saída do cargo. O ex-jogador Ronaldo, atual membro do COL, é um dos cotados para suceder Marin. O ministro, porém, não quis comentar a possível mudança no COL.
Apesar disso, voltou a destacar que o governo vai entregar tudo o que a Fifa exige para a realização da Copa. Segundo Aldo, três arenas já foram entregues – Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte – e outras três ficarão prontas ainda em abril – Recife, Brasília e Rio de Janeiro.
A promessa é que os seis estádios que ainda ficarão faltando devem ser concluídos até dezembro. “O dinheiro público está principalmente em investimentos em obras de mobilidade urbana, para os aeroportos, para ajudar a melhorar as condições de vida e mobilidade de todo o País”. Segundo Rebelo, as obras para a Copa são as que mais têm fiscalização dos órgãos de controle.
O discurso de obras dentro do prazo e bem fiscalizadas do ministro não agradaram à oposição. Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o povo brasileiro está pagando uma conta alta pela “submissão do governo aos interesses da Fifa”. “O custo da Copa foi transformado numa verdadeira caixa preta”, criticou Dias.