O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu nesta quinta-feira que a venda de bebidas alcoólicas em estádios brasileiros seja liberada depois da Copa do Mundo. Durante o evento esportivo, que terá início no dia 12 de junho, a comercialização será permitida. “Eu não vejo sentido em proibir dentro dos estádios, em recinto privado, algo que as pessoas fazem legalmente e publicamente nos bares e restaurantes ou privadamente em suas casas”, afirmou.

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Em audiência pública no Senado, o ministro questionou a legislação que normatiza o tema e disse que a permissão não iria ferir nenhum princípio da Constituição brasileira. Ele afirmou não saber o motivo de a CBF ter assinado um Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo Ministério Público em 2008, que abriu caminho para a proibição.

A norma foi posteriormente incorporada no Estatuto do Torcedor, também questionado por Aldo. “(A proibição aparece) depois, de forma ambígua, porque a legislação não é muito clara no próprio Estatuto do Torcedor”, disse. A lei veda o porte de objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência durante os jogos.

O ministro defende que a venda seja permitida em espaços reservados aos bares e restaurantes nos estádios, com restrição de consumo nas arquibancadas. Segundo ele, a liberação seria uma forma de conseguir retorno financeiro aos grandes empreendimentos construídos para a Copa do Mundo. “Como a operadora do estádio vai obter uma renda com a concessão de um bar que não pode vender cerveja, que não pode vender bebida?”, questionou.

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Aldo Rebelo citou outros países, que permitem a venda de bebidas, como a Inglaterra e os Estados Unidos. “Recentemente, eu vi num estádio dos Estados Unidos o próprio presidente Barack Obama portando um grande copo de cerveja com a família e com outros espectadores”, afirmou. “A comercialização de bebidas nos estádios diz respeito à liberdade das pessoas que frequentam. Num dia tem um jogo do Grêmio e do Internacional, e não pode vender bebida. No outro dia tem um show da Madonna e pode vender qualquer bebida. Eu acho uma coisa inexplicável”, disse o ministro.