O governo brasileiro defende a polícia do Rio e ataca a Match e seu comportamento no que se refere à defesa de seu executivo, Ray Whelan, acusado de fazer parte de uma quadrilha de cambistas. Na quarta, a companhia criticou a polícia do Rio, denunciando uma “operação ilegal e arbitrária”. A Match ainda acusou a polícia de não entender o sistema de venda de ingressos e, numa carta obtida com exclusividade pela reportagem, denuncia o caráter “político” da investigação.

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Nesta quinta, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, contra-atacou. “O Brasil é um Pais institucionalmente organizado e maduro”, disse. “O poder judiciário tem clareza de suas atribuições, os órgãos de controle atuam livremente e a policia também tem regras, responsabilidades e atribuições legais e constitucionais”, disse.

“Não há o fato que a policia possa ter agido à margem ou acima da lei”, disse. O poder judiciário pode e tem a atribuição de corrigir qualquer falha na legalidade. Não sei por que razão a empresa atribui à policia um ato de ilegalidade”, completou Aldo.

A Match, empresa sócia da Fifa e que está no centro do escândalo dos ingressos da Copa, acusa a polícia do Rio de Janeiro de manipular a investigação sobre os cambistas para fins “políticos” e denuncia o que chama de “arbitrariedade” no tratamento recebido pelo suspeito, o inglês Raymond Whelan.

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A carta enviada pela Match para a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados pede a intervenção do Congresso para acompanhar a investigação no Rio. A carta é datada desta quarta-feira e é assinada por Jaime Byrom, dono da Match Services. Nela, o executivo alerta para as “arbitrariedades cometidas com o objetivo de criar uma crise internacional de conotações políticas durante a Copa”.

A Match se diz “surpreendida” pela prisão de seu executivo. Mas a carta aponta irregularidades no processo. No momento da prisão, a empresa acusa a polícia de ter “apreendido telefone celular, documentos e 1,3 mil dólares em espécie no apartamento onde estava hospedado o sr. Raymond sem que fosse permitido assinar o mandado de busca e apreensão do que foi arrecadado, bem como foi negado assistência consular”.

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“Os fatos são graves, pois foi uma operação policial midiática, que teve a presença do delegado da polícia e promotor de Justiça na diligência”, indicou. Para Byrom, a prisão de Whelan foi “ilegal”.