Em um jogo com grande interferência do árbitro de vídeo, o Al-Sadd precisou da prorrogação para derrotar o Hienghene por 3 a 1, depois de empatar em 1 a 1 no tempo normal, nesta quarta-feira, no Jassim Bin Hamad Stadium, no abertura do Mundial de Clubes, que está sendo disputado em Doha, no Catar.
Assim, o time treinado por Xavi Hernández, que é o representante local e disputa o Mundial por o ter sido campeão nacional do Catar, garantiu vaga na próxima fase. Nas quartas de final, o Al-Sadd vai encarar o Monterrey, do México. O duelo será no próximo sábado, às 14h30 (de Brasília), no Jassim Bin Hamad Stadium. O vencedor do confronto vai enfrentar o Liverpool na semifinal.
Já o Hienghene se despede de cabeça erguida. Em sua primeira participação no torneio da Fifa, o modesto time do paradisíaco arquipélago da Nova Caledônia, campeão da Liga dos Campeões da Oceania, foi valente. O elenco amador carece de jogadores técnicos e de organização tática, mas competiu como pôde e, em alguns momentos, chegou a ficar perto de virar o jogo.
A partida foi movimentada e aberta muito por conta da fragilidade defensiva dos dois oponentes. O time de Xavi mostrou maior qualidade técnica e conseguiu construir algumas jogadas interessantes. No entanto, a deficiência na conclusão impediu a vitória no tempo normal. Foram inúmeras oportunidades desperdiçadas ao longo do jogo.
Afif, por exemplo, desperdiçou três chances incríveis. Na primeira, construiu uma bonita jogada ao tabelar com Al-Haydos, mas chutou sem direção. Na sequência, na mais impressionante delas, a bola sobrou limpa no meio da área, mas o meia mandou por cima do gol. Depois, ele ainda saiu de frente para a meta, mas chutou em cima do goleiro.
O árbitro de vídeo foi ativo e interveio em seis lances. Confirmou o gol do Al-Sadd, aos 26 minutos do primeiro tempo, anotado por Bounedjah, que estava em posição legal e completou cruzamento de Abdelkarim, e sugeriu ao juiz que revisse a marcação de falta no lance do gol do Hienghene.
O árbitro foi ao monitor e acabou mudando de ideia, validando aos dois minutos do segundo tempo o gol do time da Oceania, marcado por Roine, em arremate forte no canto esquerdo do goleiro. Naquela altura, a modesta equipe da Nova Caledônia ameaçava uma pressão. Além disso, a tecnologia também analisou duas possíveis penalidades e ainda anulou dois gols do Al-Sadd, ambos por conta de impedimento.
Na prorrogação, o Al-Sadd, enfim, pôs o pé na forma e construiu o triunfo que poderia ter sido obtido com facilidade no tempo normal. Com muito espaço para atacar, a equipe do Catar fez o segundo com Abdelkarim, em cobrança de tiro livre indireto na área que passou por quase todo os jogadores do time rival, que estavam posicionados em cima da área. O juiz assinalou o tiro livre dentro da área porque considerou que o domínio errado de Sansot foi um recuo para o goleiro Nyikeine, que agarrou a bola.
Na parte final do tempo extra, o time de Xavi, depois de abusar de perder gols, selou o triunfo com Pedro Miguel. O lateral recebeu lançamento na ponta direita, invadiu a área e estufou as redes.
FICHA TÉCNICA:
AL-SADD 3 x 1 HIENGHENE
AL-SADD – Al-Shebb; Pedro Miguel, Wooyoung, Khoukhi e Abdelkarim; Gabi, Al Haijri (Salman), Akram Afif (Hashim Ali) e Nam Tae-Hee (Asad); Al Ansari (Al Haydos) e Bounedjah. Técnico: Xavi Hernández.
HIENGHENE – Nyikeine; Athale, Roy Kayara, Bearune e Dinet; Pedro Vilela (Miguel Kayara), Sansot, Gony, Roine (Matsumoto) e Dahite; Bertrand Kai (Antony Kai). Técnico: Felix Tagawa.
GOLS – Bounedjah, aos 26 minutos do primeiro tempo. Roine, aos dois minutos do segundo tempo. Abdelkarim, aos nove minutos do primeiro tempo da prorrogação, e Pedro Miguel, aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação.
ÁRBITRO – Mustapha Ghorbal (ALG).
CARTÕES AMARELOS – Nyikeine e Bearune (Hienghene).
PÚBLICO E RENDA – Não divulgados.
LOCAL – Jassim Bin Hamad Stadium, em Doha, no Catar.