Eleito presidente apoiado pelo grupo de Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar possivelmente será um dos presidentes de situação com maior abertura às ideias da oposição. Ao menos no discurso, o novo homem forte do clube tem pontuado a necessidade de uma série de alterações em pontos que o antecessor via como vitrines para que o clube volte a brigar por títulos e se modernize.

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A primeira delas é a administração do CT de Cotia, destinado às categorias de base. Aidar já manifestou o desejo de transformar o local numa unidade autônoma de negócios para aumentar o lucro do clube com a negociação de jovens e aumentar a produção de talentos para o time principal. Ele pretende debruçar-se sobre o tema para entender sua forma de funcionamento e corrigir a deficiente transição da base para o profissional. “O ideal seria formar o time inteiro na base, mas se não der vamos contratar”, disse o presidente, que também quer resgatar a equipe de aspirantes.

Já no elenco principal o único a ter cadeira cativa com o novo chefe é Muricy Ramalho. Aidar entende que é necessário arejar o ambiente da Barra Funda e estuda cuidadosamente o que fazer com jogadores e membros da comissão técnica. Milton Cruz, intocável na época de Juvenal, não goza do mesmo prestígio com Aidar. Gustavo Vieira de Oliveira, gerente executivo, ganhou muitos pontos e deve ficar. O novo presidente gostou bastante das referências recebidas e possivelmente não mexerá nesse ponto. Aidar também quer dividir o futebol em quatro pastas: profissional, base, relações internacionais e comercial.

Descentralização deve ser uma palavra bastante ouvida de agora em diante. O perfil do novo comandante do São Paulo é oposto ao do antecessor, totalmente personalista na administração. Aidar já encomendou estudos sobre modelos de gestão com quatro das maiores consultorias do país e pretende adotar um deles. A ideia é delegar cargos e agilizar as tomadas de decisão em todos os departamentos.

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“Tenho ideia de constituir uma diretoria comercial, uma de feminina que será ocupada pela Mara Casares. Só posso adiantar um nome que é o do Roberto Natel para vice-presidente geral. O restante, estou conversando”, afirmou Aidar. Ataíde Gil Guerreiro deve ser o vice de futebol, mas o presidente quer que essa função tenha caráter mais executivo.

ELENCO – Aidar admite que o elenco profissional ainda não é o dos seus sonhos, mas vê um bom caminho traçado. O presidente, no entanto, espera reforçar o plantel e ainda não está totalmente confiante com o futuro de Alexandre Pato no Morumbi. Apesar de não negar a qualidade técnica do jogador, ele tem receio sobre a inconstância do atacante. Se agradar, manterá o plano de comprá-lo do Corinthians como foi revelado pela reportagem na semana passada.

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O presidente vê necessidade de um zagueiro para atuar ao lado de Rodrigo Caio e pelo menos uma sombra para Ganso e Luis Fabiano. Não à toa o clube tenta comprar Lucas Pratto, do Vélez, após a participação dos argentinos na Libertadores.

“Uma vantagem que temos sobre todos os demais clubes é que o jogador gosta de vir para o São Paulo. O São Paulo paga em dia, não atrasa nada. Os alojamentos parecem hotéis cinco estrelas. Trata do jogador e da sua família, ajuda numa internação, cuida do dente do atleta, dá auxílio na locação do imóvel, cuida para o jogador não gastar seu dinheiro de forma errada…ninguém mais faz isso”, diz.