Os dois últimos gols sofridos pelo São Paulo foram contra, marcados por jogadores do sistema defensivo, mas nem Anderson Martins nem Régis, autores deles, receberam as críticas mais pesadas dos torcedores. Estas recaíram sobre Sidão, eleito o maior culpado pelos tropeços contra Fluminense (1 a 1) e, principalmente, Atlético-MG (1 a 0). Este último custou ao time a liderança do Campeonato Brasileiro, agora nas mãos do Internacional.
Apesar dos inúmeros pedidos nas redes sociais pela saída de Sidão da equipe, o goleiro será bancado pela comissão técnica na partida de sábado, contra o Bahia, às 19 horas, no Morumbi.
Fontes que trabalham no dia a dia no CT da Barra Funda consultadas pela reportagem confirmaram que o técnico Diego Aguirre e o preparador de goleiros Marco Antônio Trocourt (que trabalha com o auxiliar Octávio Ohl) não pretendem mexer na posição. O concorrente direto é Jean. O garoto Lucas Perri, que teve parte de sua formação feita nas categorias de base do São Paulo, é a terceira opção atualmente no elenco.
Sidão só não foi titular em uma das 23 partidas disputadas no Brasileirão – a vitória sobre o Corinthians (3 a 1), pela 14.ª rodada, quando estava suspenso e deu lugar a Jean. Dos 49 duelos do São Paulo em 2018, esteve na equipe em 40. Sofreu 30 gols (média de 0,75 por jogo).
Jean, além do Majestoso, jogou em outras oito ocasiões, incluindo as duas partidas contra o argentino Colón que resultaram na eliminação do clube da Copa Sul-Americana. Foi vazado sete vezes (média de 0,78 por jogo).
DISPUTA – Os dois, aliás, já andaram se estranhando neste ano. Aconteceu em março, quando Jean falhou na derrota para o São Caetano (1 a 0), pelas quartas de final do Campeonato Paulista. No dia seguinte ao jogo, Sidão postou nas redes sociais um vídeo com um compilado de defesas suas pelo São Paulo. Ele negou ter sido uma alfinetada no colega, mas, dias depois, Jean retrucou com mensagem enigmática: “Pensamento do dia: quem é mau caráter sempre vai achar uma desculpa para tornar legítimas suas ações”. Foi necessário reunir os goleiros para uma conversa no CT.
Fato é que, desde a sua chegada ao Morumbi, em 2017, Sidão jamais foi unanimidade entre os torcedores. Mesmo bancado por Rogério Ceni, que pediu sua contratação quando era treinador do São Paulo, o atleta alternou fases como titular com passagens pelo banco na reserva de Denis ou Renan Ribeiro.
Neste ano, sem a sombra dos dois, assumiu de vez o papel de titular. Faz defesas importantes, mas os frequentes sustos, principalmente quando precisa jogar com os pés, tornam o camisa 12 alvo fácil das cornetas dos fãs são-paulinos, especialmente nos jogos em casa, como será amanhã, diante do Bahia.
A simples informação de que Aguirre passara longos minutos conversando com os preparadores de goleiros após o treino de quarta-feira já serviu de combustível para as redes sociais fervilharem de comentários “esperançosos” quando a uma possível troca no gol. Mais uma vez, os críticos terão de esperar.