Agora são seis anos e dois meses de gancho para Onaireves Moura

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) dobrou o período de afastamento de Onaireves Moura. No julgamento realizado ontem à tarde, o STJD condenou o presidente licenciado da Federação Paranaense de Futebol (FPF) a mais 3 anos de suspensão, totalizando em 6 anos e 2 meses o gancho imposto ao cartola.

Desta vez, Moura foi punido pelo desvio das rendas dos jogos de competições nacionais em favor da empresa Comfiar, na qual tem participação.

De acordo com denúncia da procuradoria do STJD, a FPF tem direito a 5% das rendas, mas maquiava os borderôs para encobrir o envio de 2,5% para a Comfiar. A 3.ª Comissão Disciplinar do STJD considerou que Moura desrespeitou o artigo 238 (corrupção) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), e aplicou pena intermediária – 3 anos, para uma punição prevista entre 2 e 4. O dirigente foi absolvido da acusação de violar o artigo 234 (falsificação de documento), que estabelece pena de 1 a 2 anos.

De quebra, o STJD atingiu os últimos representantes originais da ?família Moura?. Os diretores Carlos Roberto de Oliveira e Cyrus Itiberê da Cunha, únicos que permaneciam na FPF desde o início da atual gestão (em 1985), foram suspensos por 120 dias e 2 anos, respectivamente. Marcos Aurélio Rodrigues e Laércio Polanski, que também exerciam cargos na Comfiar, pegaram 2 anos cada.

?Cartas marcadas?

Onaireves Moura parecia despreocupado com o resultado. O dirigente não foi ao Rio de Janeiro e sequer enviou um advogado. ?Era um jogo de cartas marcadas. Para quem iria pegar 11 anos, 6 está de bom tamanho?, ironizou.

O cartola guarda todas as fichas para o julgamento do recurso deste e dos outros dois processos. Em todos, Moura foi condenado – 60 dias pela publicação de charge considerada ofensiva contra o STJD, e outros 3 anos por não ter repassado 1% das rendas dos jogos de competições nacionais à Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP).

?Não cometi irregularidade. Esta comissão foi escolhida a dedo para me ferrar.

O tribunal pleno terá outra visão?, acredita o presidente licenciado da FPF.

O advogado de Moura, Vinícius Gasparini, promete entrar com efeito suspensivo para interromper a uspensão até o julgamento do recurso, ainda sem data marcada. Como a procuradoria do STJD irá recorrer das absolvições, Moura, que pediu licença de 60 dias da FPF, corre o risco de ver a pena ampliada.

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