Agora é Zveiter que pode perder o “mando” do STJD

São Paulo – O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Luiz Zveiter, corre o risco de perder o cargo. Uma manobra jurídica em Brasília (DF) tenta exonerá-lo da função no Rio. A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol contratou, nesta semana, o advogado Piraci Oliveira, do Palmeiras, para uma ação na Justiça Federal pedindo a destituição do magistrado e do auditor Luiz Lanfredi, relator do caso Serginho, do São Caetano.

A manobra em curso segue a despeito de ambos terem sido indicados pela própria Federação dos Atletas Profissionais, mas numa atitude, segundo o advogado, não condizente com o atual estatuto da entidade. Quem fez a indicação, em julho, foi o vice-presidente Rinaldo Martorelli, acusado de atropelar o estatuto da Federação por não ter consultado a categoria em assembléia. "Ocorre que o Martorelli não convocou uma reunião para pedir o apoio da classe às indicações feitas ao STJD e agora o presidente da entidade, Manoel Esperidião Pereira, resolveu passar o assunto a limpo", diz o advogado, que estará em Brasília hoje, para acertos finais antes de entrar com a ação na Justiça.

Segundo Piraci, a intenção da Federação dos Atletas é tirar Zveiter do cargo até mesmo com liminar. Desde agosto, a entidade tenta uma forma pacífica de anular a indicação aos cargos. Piraci é um dos mais ferrenhos críticos ao modo de agir do presidente do STJD. Em recente texto, de sua autoria, ele diz: "Do alto de sua arrogância provocativa, o Sr. Zveiter disse em recente entrevista que está no Tribunal por ter sido ?escolhido por Deus?. Esquece-se, no entanto, que fora indicado pelo Sr. Martorelli, em questionável manobra que está sub judice".

O documento esclarece ainda que a Federação Nacional dos Atletas Profissionais refuta as indicações feitas por Rinaldo Martorelli. O assunto poderá ter desdobramentos. Martorelli desconhece o artifício jurídico e garante que sua postura nas indicações foi legal. "Indicamos Zveiter por entender que ele é uma pessoa que briga pela moralização do futebol", justifica.

Para os cargos de Luiz Zveiter e Luiz Lanfredi, a Federação indica o ex-jogador Ricardo Rocha e o advogado Fábio Paganella. Piraci explica ainda que o ato ilegal não gera direito adquirido ao presidente. Portanto, os meses em que Zveiter está no cargo não lhe dão o direito de cumprir o mandato de quatro anos. A Justiça Federal decidirá.

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