A suspensão de seis partidas após o empurrão no árbitro Guilherme Ceretta de Lima na decisão do Campeonato Paulista do ano passado foi um divisor de águas na carreira de Dudu. Antes com fama de briguento e explosivo, o camisa 7 contou com o apoio dos técnicos Marcelo Oliveira e Cuca para colocar a cabeça no lugar. “A gente vai crescendo profissionalmente e fica maduro quando acontece alguma coisa que nos prejudica”, reconheceu o palmeirense.

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A relação com Cuca começou de maneira conflitante. Dudu chegou a reclamar publicamente de cobranças do técnico, irritou-se por ser substituído e chegou a perder a vaga no time. Tudo isso no mês de maio, após a derrota para o São Paulo no Morumbi. A reconciliação veio depois de uma conversa “de homem para homem” nas rodadas seguintes. Segundo o próprio jogador, o olho no olho serviu para acabar com o mal-entendido.

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Na última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, Dudu surpreendentemente foi escolhido como capitão após a grave lesão no cotovelo que o goleiro Fernando Prass sofreu na preparação para a Olimpíada. A faixa virou o símbolo de uma nova fase do líder do Palmeiras. No início de julho, o atacante foi sondado por um time chinês, mas o Palmeiras não quis negociá-lo. Ele se tornou sinônimo do perfil de contratação bem-sucedidas do clube: jogador jovem com contratos longos e potencial para se tornar ídolo dentro do time.

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O estilo irreverente e provocador lhe rendeu comparações com Edmundo, eterno ídolo palmeirense. As primeiras surgiram quando Dudu usou um chapéu para festejar gol contra o Corinthians. A comemoração inusitada foi uma referência à maneira como chegou ao Palmeiras. Antes que o time alviverde demonstrasse interesse pelo seu futebol, Corinthians e São Paulo já estavam na parada.

Além de adotar estilo mais discreto, Dudu evoluiu em campo. Passou de finalizador a garçom. Em 2015, foi decisivo no título da Copa do Brasil com dois gols na finalíssima contra o Santos e terminou a temporada como artilheiro com 16 gols em 56 partidas. O belo passe para Gabriel Jesus marcar o gol do Palmeiras no empate por 1 a 1 com o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte, pela 35.ª rodada, foi a 10.ª assistência do atacante, o que o coloca na liderança do quesito no torneio ao lado do meia Gustavo Scarpa, do Fluminense.

Além dos 10 passes para gols no Brasileirão, o capitão do Palmeiras foi o responsável por outros dois toques decisivos na Libertadores. Ao todo, são 12 assistências na temporada, mesmo número obtido em 2015, quando terminou o ano como o segundo principal passador do clube, atrás de Robinho (13), que está no Cruzeiro. A diferença, porém, é que, em 2016, Dudu precisou de cinco partidas a menos para alcançar o feito (51, em 2016, contra 56, em 2015).

Animado pela possibilidade de ultrapassar a boa marca de 2015, Dudu destaca a importância de sua mudança de posicionamento. “Eu sempre joguei mais avançado, mas agora estou atuando um pouco mais recuado e isso facilita a olhar o jogo de outra maneira. Mais importante do que a posição onde jogar é poder ajudar o Palmeiras a vencer as partidas”, ressaltou o jogador do Palmeiras.

Dudu mostrou diferencial importante nos grandes jogos. Desde que chegou ao clube, no início de 2015, já enfrentou os rivais do estado em 20 oportunidades, marcou seis vezes e deu quatro assistências. Do elenco, apenas o companheiro Rafael Marques balançou as redes mais vezes do que ele nos dérbis, com sete gols. “Os clássicos são confrontos especiais para mim”, resumiu o capitão, que na semana que antecedeu a conquista brincou que faria musculação para levantar a taça.