Agora, Atlético só depende de suas próprias forças

A vitória de virada, por 2 a 1, do Atlético sobre o Flu, no domingo, deixou o Furacão numa posição até certo ponto confortável. Dos candidatos ao título brasileiro de 2005, é o único que agora depende apenas de si mesmo para erguer a taça.

Com dois pontos de vantagem em relação ao vice-líder, o Santos, o rubro-negro passa definitivamente a ser o grande carrasco dos times paulistas. Dá para dizer que a luta pelo título agora é do Furacão contra os paulistas, considerados grandes potências do futebol brasileiro.

Se ao final da rodada o Atlético comemorou a abertura de uma vantagem maior sobre o Peixe – também igualou-se no número de vitórias, 22 -, Palmeiras e São Paulo também tiveram motivos para festejar. A dupla da capital paulista, que venceu seus adversários, diminuiu a vantagem em relação ao vice-líder para dois pontos – têm 71 contra 73 do Peixe. Um pouco mais distante, mas ainda com chances, está o São Caetano, com 68 pontos, o único dos concorrentes ao título que ainda enfrenta o Furacão, na antepenúltima rodada, na Arena. Vale lembrar que foi justamente contra o Azulão que o Atlético conquistou seu único título brasileiro, em 2001.

Além da liderança, o diferencial do rubro-negro é ter passado firme pela difícil seqüência nas últimas rodadas. Após duas derrotas seguidas (Palmeiras e Goiás), o Atlético chegou a ser desacreditado e novamente alcunhado de “nuvem passageira”, mas deu a volta por cima. Bateu o Inter mesmo jogando em campo neutro, venceu o Flu no Maraca e agora está de volta à Arena, após uma importante vitória no tapetão, que valeu a reconquista de mando de jogo.

Tirando a partida com o Azulão, as próximas batalhas, numa análise fria e puramente técnica, são menos complicadas que a de seus quatro adversários paulistas. Criciúma, Ponte Preta e Vasco estão na chamada “zona do agrião”, sem grandes pretensões. E Botafogo e Grêmio não estão na rabeira da tabela de classificação à toa. Entretanto, vale lembrar que as partidas contra a turma da lanterna podem ser uma faca de dois gumes. Desesperados para não cair para a Segundona, Fogo e Grêmio podem renascer das cinzas. Por isso, todo o cuidado é pouco! Mesmo assim, não há como negar que o Furacão está com a faca e o queijo na mão para desbancar os paulistas.

Grupo prepara reencontro com a torcida

Não é à toa que o técnico líder, Levir Culpi, comemorou de forma efusiva a reconquista do mando de jogo para a partida do Atlético contra o Criciúma, no domingo. Após a absolvição no julgamento de recurso pelo STJD, o Furacão está de volta à Arena, após quatro rodadas longe de sua fervorosa torcida.

Em entrevista concedida depois do jogo com o Flu, Culpi ressaltou, com tom emocionado, que a volta para casa é um motivo a mais para comemorar. “Certamente, teremos casa lotada. E na reta final, isso é muito importante”, diz.

O discurso de Levir está, certamente, ligado ao retrospecto favorável no Caldeirão do Diabo. Das dezenove partidas disputadas na Arena neste Brasileirão, o rubro-negro perdeu apenas duas. A primeira foi contra o Figueirense, na estréia em casa. Vale lembrar que, na ocasião, a torcida boicotou o time em função da majoração do preço do ingresso para R$ 30,00. A outra derrota foi contra o Vitória, por 3 a 1, em 19 de junho, logo após a derrota por 3 a 0 contra o Fla.

Ainda houve quatro empates, mas nada comparável ao número de vitórias: 13.

Por isso mesmo, jogar três das seis partidas restantes sabendo que na Arena o aproveitamento é de 75% e que a torcida promete incendiar o estádio, as esperanças de chegar ao final da competição na liderança são enormes. Ainda mais levando-se em conta que o rubro-negro abriu dois pontos de vantagem em relação ao Santos e igualou o número de vitórias, critério de desempate que deixava o Peixe na frente, mesmo que a pontuação das duas equipes fosse a mesma.

Para os jogadores, a volta ao Caldeirão também pode representar uma vantagem a mais na reta final. O zagueiro Igor comenta que logo após a sentença favorável ao Atlético, centenas de e-mails de torcedores chegaram ao clube, garantindo presença antecipadamente na Arena. “Nosso torcedor é fiel e sabe que mais do que nunca precisamos deles. Pelo volume de mensagens, a casa vai estar lotada e a galera vai nos empurrar para uma vitória sobre o Criciúma”, diz.

Mesmo que na segunda-feira seja feriado da proclamação da República – os curitibanos costumam descer para o litoral – o goleiro Diego continua apostando em casa lotada. “Com o Atlético na liderança, tenho certeza que mesmo que alguns decidam ir para a praia, a Arena estará lotada, o que pode ser decisivo.” A confiança dos jogadores na força da torcida é tanta que o retorno para a Arena foi comentado por Culpi na preleção e serviu de motivação contra o Flu. “Sabíamos que reconquistar a liderança e voltar para casa no topo era fundamental. Fizemos a nossa parte.” Para fechar com chave de ouro a boa fase, os próximos seis jogos serão no domingo, dia mais tradicional do futebol. “É mais um ponto positivo. Geralmente é o dia de folga dos torcedores e tem tudo a ver com futebol.”

Atlético com a mão na taça, diz matemático

São Paulo –

Estatisticamente, o Atlético Paranaense está com uma mão na taça. Após o deslize do Santos no domingo – empatou por 1 a 1 com o Criciúma – e a vitória de virada do Atlético sobre o Fluminense, por 2 a 1, o Furacão tornou-se o primeiro a superar os 50% de chances de ficar com o título do Campeonato Brasileiro 2004, nas contas do matemático Tristão Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Levando em conta o desempenho dos clubes neste campeonato e os jogos das seis rodadas restantes, Tristão aponta que a taça tem 53% de chances de ir para a Arena da Baixada. O vice-líder Santos teria apenas 27% de possibilidades. Embora a diferença entre os dois na tabela seja só de dois pontos -75 a 73 – o matemático atribui tamanha vantagem nos cálculos às partidas que santistas e atleticanos terão pela frente.

O jogo teoricamente mais difícil dos dois será contra o São Caetano, mas o Atlético enfrenta o time do ABC em casa, enquanto o Santos vai ao Anacleto Campanella. Os outros cinco jogos do Atlético são contra times que vem mal no torneio: Criciúma e Botafogo, em Curitiba, e Ponte Preta, Vasco e Grêmio, fora. O Santos, por sua vez, tem dois jogos fáceis em casa (Vasco e Grêmio), mas pega o Goiás, que luta por vaga na Copa Sul-Americana, em campo neutro (Presidente Prudente) e Paysandu e Coritiba fora, além do São Caetano.

Na briga?

Após a última rodada, São Paulo, Palmeiras e São Caetano se viram a pouca distância dos dois líderes e passaram a falar em título. Se, no campo, os três clubes paulistas vêm mostrando que podem alcançar Santos e Atlético, nos números as estatísticas mostram que a reação pode ter sido tardia. “O campeão deve terminar o torneio com, no mínimo, 86 pontos. São Paulo e Palmeiras, para chegar a isso, têm de vencer cinco dos seis jogos restantes. E o São Caetano, seis dos sete que ainda tem”, diz Tristão. O Atlético, se ganhar seus três jogos em casa, já vai a 84. Segundo o matemático gaúcho, o São Paulo tem 8% de chances de título. Palmeiras e São Caetano, 6% cada.

Já na corrida pelas três vagas diretas à Libertadores, o Atlético tem 90% de chances, seguido de Santos (79%), São Paulo (50%), Palmeiras (42%), São Caetano (32%), Juventude (5%) e Goiás (2%). Com pouca diferença, os números batem com o que prevê o site chancedegol.com.br, mantido pela Universidade de São Paulo (veja quadro).

Só falta o visto

Agora é definitivo. O médico norte-americano Jimmy Andrews vai operar o atacante Dagoberto, no mais tardar na segunda-feira. Tudo depende agora do visto de viagem, que já está sendo providenciado pelo assessor do atleta, Marquinhos Malaquias, da empresa do apresentador Ratinho.

Ontem, Dagoberto esteve em Curitiba para participar de uma reunião com a cúpula atleticana e com Malaquias, para que fossem definidos detalhes do procedimento. Tão logo Dago se machucou, houve o anúncio de que ele tinha um novo procurador, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho. Logo em seguida, o novo representante do atleta anunciou que ele seria tratado pelo fisioterapeuta Nivaldo Baldo, em Campinas, e operado nos Estados Unidos.

Com um departamento médico de ponta no Atlético, encabeçado pelo respeitado Edílson Thiele, surgiu a suspeita de que a cirurgia fora do País, com um profissional conhecido mundialmente, seria uma exigência resultante de uma transferência engatilhada do jogador com um time europeu. Thiele chegou a anunciar que se desligaria do clube caso o atleta não fosse operado no Brasil. Ontem, porém, o médico assegurou que, como um bom atleticano, quer o bem do clube e ficará no comando do departamento médico. “É um momento de união na busca do título. Estamos pensando nisso.” Como de praxe, a diretoria nega qualquer negociação e assegura que o jogador continua pertencendo ao Atlético, apesar de alguns indícios mostrarem o contrário. De qualquer forma, além de Malaquias e Baldo, viaja com Dago o médico Henrique Carvalho, representando o departamento médico do Atlético Paranaense.

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