Por 354 vezes ele esteve em campo vestindo a camisa azul, vermelha e branca. Símbolo de garra, o ex-zagueiro Ageu tem a missão de não deixar o grupo perder a mobilização.
“É um jogo diferente. Você tem que dormir diferente, se alimentar diferente, descansar diferente”, afirmou o “professor”. Ageu Gonçalves, 37 anos, pendurou as chuteiras cedo. Mas, há aproximadamente dois anos estabeleceu nova meta: ser técnico de futebol. O primeiro passo será agora.
“Estou pronto para esse desafio. Nossa situação não é confortável. Temos que lutar muito para buscar esse resultado, diante de um adversário que só perdeu duas vezes nessa competição”, analisou Ageu.
Assim que Sérgio Soares anunciou sua saída, ele assumiu o comando dos treinamentos. Os jogadores garantem que “estão com Ageu” e que nos últimos dias o primeiro obstáculo foi mudar o nível de relacionamento com o interino.
“A gente sempre teve muita abertura com ele. E isso é bom. Mas, também com aquela liberdade para brincadeiras. Agora, é preciso redefinir essa questão”, lembrou o capitão Adoniran. O jogador revelou que Ageu já precisou chamar a atenção de alguns jogadores durante o treinamento. “Ele viu que tinha gente dispersa e já puxou a orelha. Não tem moleza não”.
Será com esse perfil, de quem já foi capitão e xerife do time, que Ageu espera tirar o máximo dos atletas, dando uma alma a esse time. E o interino tem bagagem para isso, já que conhece profundamente o clube, sendo o jogador que mais vezes atuou pelo Tricolor, em quase vinte anos de história.
“É uma marca que me orgulha. E, essa experiência espero passar ao grupo. É um clube que precisa ser respeitado. Mas, isso só se consegue com resultados. E precisamos com urgência”, afirmou.
Ageu Gonçalves espera resposta positiva do grupo para dar um basta nas oscilações, que são um estigma do clube nesta temporada. O Paraná não conseguiu, em 2009, quebrar a marca de três vitórias seguidas e só derrubando esses tabus terá alguma chance de ainda sonhar com a Série A.