Advogado teria pedido dinheiro para livrar corintianos

O advogado da família de Kevin Beltrán Espada, garoto morto em 20 de fevereiro ao ser atingido por um sinalizador durante a partida entre San Jose e Corinthians pela Libertadores, tentou negociar a liberdade dos 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, em troca de dinheiro. A denúncia é da revista IstoÉ, que teve acesso à gravações feitas pelo advogado brasileiro Sérgio de Moura Ribeiro Marques, representante dos torcedores detidos, com o advogado boliviano Jorge Ustarez Beltrán.

Jorge Ustarez Beltrán também é tio de Kevin e presta assessoria à família do garoto no processo envolvendo os 12 torcedores corintianos. Segundo a gravação revelada pela revista, ele propôs a Sérgio de Moura Ribeiro Marques dar fim ao processo em troca de R$ 220 mil (cerca de R$ 440 mil), que seriam entregues aos pais do jovem morto aos 14 anos.

Num encontro entre os dois advogados, Jorge Ustarez Beltrán disse ter consciência da inocência dos torcedores que estão presos em Oruro e que tudo poderia ser resolvido de uma maneira prática. “Se não trabalharmos juntos, não iremos solucionar nem o problema da família de Kevin nem libertar os 12”, disse o boliviano ao brasileiro, em diálogo gravado. “O que propomos a vocês é acabar de vez com esse processo. Os familiares (de Kevin) buscam uma reparação material, civil e isso poderia ser assumido pelo Corinthians.”

Se o acordo fosse aceito, seria feita uma petição declarando a inocência dos 12 acusados e que Kevin estava numa posição no estádio em que não poderia ter sido atingido por um sinalizador disparado pelos torcedores corintianos. Ainda segundo a revista, o Corinthians não aceitou a proposta de pagar essa quantia pedida pelo advogado boliviano.

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