A diretoria já deixou claro que está à caça de um meia e confirmou que o atleticano Adriano cairia como uma luva no time. Entretanto, além da questão salarial do jogador, o Coritiba teria que resolver mais um problema: convencer a diretoria rubro-negra a liberar o atleta, que tem contrato até junho de 2004. Os atleticanos já se mostraram irredutíveis, o que irritou o vice-presidente do Coritiba, Domingos Moro. “É uma coisa muito pequena. Um acerto com o Adriano seria bom para o Atlético também, que o teria na vitrine da Libertadores. Mas tem gente que pensa pequeno”, disparou.

Apesar da aparente dificuldade nesta contratação, Moro pretende contar até mesmo com a influência do empresário Juan Figger para conseguir Adriano. “O procurador dele é o Taveira, mas vamos recorrer a quem possa ajudar.”

A partir de hoje, a diretoria também deve buscar a contratação de um novo lateral direito. A expulsão de Rafael Tesser pode ter aberto a porta para a contratação de outro jogador para a posição. Tesser não foi bem na primeira partida e apesar de ter feito um bom primeiro tempo, especialmente no aspecto defensivo, complicou a vida do Coxa e por pouco o Paraná não conseguiu o empate no segundo tempo.

Como o técnico Antônio Lopes já deixou claro que não vai utilizar Reginaldo Araújo – ele deve acertar com o Bahia – é provável que a diretoria busque mais um atleta para a posição.

Produtivo

Apesar da vitória magra e da pressão sofrida no final do jogo, o técnico Antônio Lopes gostou da atuação do Coritiba. “Foi de razoável para boa. O time produziu mais.” Para o treinador, o fato de a vitória ter vindo em um clássico, vai servir como um incentivo a mais para a seqüência do campeonato. “É motivador vencer um clássico. E o Paraná valorizou nossa vitória.” Lopes comemorou ainda a boa atuação do atacante Bruno, que estreou na equipe, entrando na segunda etapa. “Ele foi muito bem. Já tínhamos boas referências da participação dele na Copa São Paulo e ele só veio a corresponder”, disse. O jogador, que chegou de São Paulo na quinta-feira, ficou surpreso pelo fato de a oportunidade ter vindo logo. “Só tenho a agradecer. Agora é dar seqüência ao trabalho.”

Entre o Coxa e o Japão

(RS)

O futuro do meia Adriano está entre o Alto da Glória e o Albirex Niigata, do futebol japonês, já que as negociações com o Palmeiras entraram em compasso de espera. A definição de onde o jogador irá atuar nesta temporada deverá ser tomada esta semana e as negociações devem ser marcadas por fortes emoções. De um lado, dirigentes atleticanos não querendo liberar o atleta para o arqui-rival e, de outro, o empresário Juan Fig-ger querendo dar o troco no Furacão pelo alijamento na venda de Kléberson.

No meio do fogo cruzado está Gabiru, que já se ofereceu para atuar pelo Coritiba na Copa Libertadores e não está se sentindo valorizado no CT do Caju. Depois dos telefonemas para dirigentes do Alviverde, o meia “queimou o filme” com a direção atleticana, foi descartado pelo técnico Mário Sérgio e está em disponibilidade. O difícil vai ser encontrar quem pague um salário de R$ 80 mil.

No futebol brasileiro é quase impossível achar quem banque a contratação de Adriano, apesar de ser um jogador “selecionável”. A saída seria “internacional”, ou seja, via Uruguai ou Japão. Na primeira, entraria em cena Juan Figger. Após romper uma parceria de anos com o clube da Baixada, o uruguaio parece ter feito uma declaração de guerra ao Furacão. Denunciou a venda do pentacampeão Kléberson na imprensa inglesa e está querendo colocar Gabiru em seu novo parceiro: o Coritiba.

Para se vingar, informações de bastidores dão conta de que a parte que cabia ao Olympique de Marselha foi adquirida por Figger. Com 75% dos direitos federativos na mão (contra apenas 25% do Rubro-Negro), o empresário só precisa pagar a rescisão do contrato do jogador com o Atlético, que vai até o dia 30 de junho. O assessor executivo Antônio Carletto Sobrinho garantiu ainda nos vestiários da Arena, no sábado, que isso não irá acontecer. No entanto, o presidente João Augusto Fleury da Rocha diz que não vai impedir Gabiru de trabalhar. “O clube quer ser ressarcido do investimento feito”, declarou à Tribuna.

Se Figger acenar com um montante substancial, dificilmente os dirigentes atleticanos vão recusar a proposta e impedir Adriano de seguir sua vida onde bem entender. Por outro lado, se Figger não conseguir satisfazer o desejo rubro-negro, o caminho do meia poderá ser o futebol japonês. O Albirex Niigata chega hoje ao CT do Caju cheio de disposição para disputar seu campeonato local. Já levou o preparador físico Flávio de Oliveira e está querendo também o atacante Kléber, do Tigres. A ida do meia Adriano também é um desejo dos japoneses e a presença em Curitiba pode facilitar as negociações.

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