Depois do técnico Paulo César Carpegiani lançar Alex no time profissional do Coritiba com 17 anos, no final do primeiro trimestre de 1995, bastaram alguns treinamentos para o menino de ouro do Alto da Glória encher os olhos dos seus companheiros e ganhar de vez o respeito de todos dentro do clube. Ademir Alcântara, que era um dos jogadores mais experientes do elenco coxa-branca que ao final daquele ano conquistou o acesso para a primeira divisão, foi um dos suportes do camisa 10 no início da sua carreira e é lembrado sempre com carinho pelo ídolo alviverde na sua trajetória dentro do futebol brasileiro e mundial.
Ademir Alcântara lembrou que desde que subiu ao time profissional, Alex já mostrava ser um jogador diferenciado e, com isso, rapidamente ganhou o respeito de todos. “O Carpegiani trouxe ele para o profissional e, logo nos primeiros treinos, a gente já via que ele era realmente um jogador diferenciado, mesmo bastante tímido no começo. Ele já veio com um potencial muito grande e já mostrava que tinha uma canhota diferencial e um raciocínio para jogar muito rápido”, recordou o ex-jogador alviverde.
Ademir Alcântara, naquele ano, se tornou a referência de Alex dentro do elenco coxa-branca e a relação se estreitou ainda mais quando os dois foram colocados como companheiros de quarto na concentração do time antes dos jogos. “A gente conversava bastante. Passava para ele os cuidados que a nossa profissão exigia. Ele era um menino muito dedicado, esforçado e concentrado naquilo que fazia. A comissão naquela época decidiu me colocar no mesmo quarto que ele e o Alex sempre teve facilidade em aprender e evoluir, não só dentro, mas também fora de campo”, pontuou Ademir Alcântara.
Ademir Alcântara destacou também que é gratificante sempre ser lembrado com carinho por Alex quando o craque fala das pessoas que mais o ajudaram no início da sua carreira. “É muito gratificante saber que você fez parte da vida de um jogador tão importante para o futebol brasileiro e mundial como o Alex. Quando ele fala das pessoas que o ajudaram, sempre sou lembrado e ele mostra seu agradecimento por aquilo que eu fiz para ele. Isso não tem preço e fico muito orgulhoso e feliz por ter participado da carreira dele”, acrescentou.
O ex-jogador alviverde, que mora em Curitiba e trabalha no ramo de construção civil, frisou que durante a carreira, Alex foi injustiçado ao não ter disputado a Copa do Mundo de 2002. “Nesse tempo todo, o Alex merecia ter jogado uma Copa do Mundo. Na edição de 2002 ele poderia ter ido. Ele tinha condições, mas infelizmente não foi”, emendou.
Ainda que sinta que Alex poderia adiar sua aposentadoria por pelo menos mais uma temporada, Ademir acredita que o craque deixará o futebol em grande estilo e que terá que ser reverenciado sempre pelo bem que fez ao futebol brasileiro.
“Pelo que ele está jogando, poderia jogar mais um pouco. Mas é melhor parar dessa maneira e em grande estilo, principalmente pelas belas atuações que teve recentemente. Ele achou que este é o momento e o Alex, mais do que ninguém, sabe o momento de parar. O Brasil deve um muito obrigado ao Alex, pois é difícil aparecer um jogador como ele, com a importância dele. Jogador como ele são poucos”, concluiu.