Adap aprendeu a lição e quer entrar pra história

Estádio cheio, holofotes, atenção de todo o Estado: a Adap sentiu a circunstância inusitada em sua história e foi mal no primeiro jogo da final do Paranaense. Agora, passado o susto inicial, o clube de Campo Mourão espera que os ?rodados? do time conduzam a caminhada rumo ao título inédito.

Mesmo com um elenco que não é exatamente formado por meninos – a média de idade dos titulares é de 26 anos -, a Adap mostrou apatia e pouco equilíbrio no primeiro jogo da decisão, na opinião do técnico Gilberto Pereira. Para ele, pesou a falta de maturidade. ?Experiência é passar por várias situações na vida. Nossos atletas já tiveram dificuldades, mas vivência em finais nem todos têm. Isso influenciou em Maringá e deixou uma lição doída. Mas o pior já passou?, falou o treinador.

Para jogadores como o meia Souza, 29 anos, o título é uma das últimas oportunidades para deslanchar na carreira. ?É preciso consciência de que a decisão será fundamental para cada um de nós?, afirma o jogador, que diz ter esperança de disputar o Brasileiro da Série A após o Estadual. O ex-atleta do Coritiba contrariou a opinião do técnico e preferiu atribuir à arbitragem o mau desempenho da equipe. ?Não foi falta de bagagem. É que um pênalti mal marcado influencia qualquer um?, justificou.

O atacante Marcelo Peabiru, 27, conta que ele, o volante Felipe Alves, 24, ex-Vasco, e o goleiro Fábio, 27, costumam reunir os colegas para debater erros e acertos das partidas – ou seja, as discussões foram acaloradas após a partida no Willie Davids. ?É papel dos mais experientes cobrar e incentivar os demais. Ser campeão por um time pequeno é feito histórico e ninguém vai entrar desanimado?, falou o ex-jogador do Coritiba e do Santos, que nega ter recebido proposta do Palmeiras, conforme especulou a imprensa paulista.

Revelação já foi do Atlético

A principal revelação da Adap conhece bem os gramados curitibanos. Para o lateral-direito Ângelo, 21 anos, o título paranaense seria uma espécie de resposta ao Atlético, clube que o ?criou? mas nunca lhe deu grandes oportunidades. O lateral defendeu o Rubro-Negro entre 2001 e 2004, nas categorias juvenil e júnior, e estava no elenco vice-campeão da Taça Belo Horizonte em 2003. Mas uma cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho, que o deixou seis meses longe da bola, minou sua trajetória. ?Voltei na reserva do Murilo. Vi que não seria aproveitado e pedi rescisão de contrato?, contou o jogador, que diz ter ficado chateado com o clube. ?Tinha o sonho se ser campeão pelo Atlético. Mas não adianta guardar mágoa, tinha muito jogador na época?, falou.

Depois do Atlético, Ângelo rumou para Campo Mourão na metade de 2004. Jogou algumas partidas no Estadual do ano passado, mas só tomou conta da posição em 2006 -quando ganhou elogios e até prêmio de emissora de rádio curitibana como melhor da posição no Estadual.

A ascensão já faz o jogador planejar novos ares em 2006. ?Soube que tem time da Série A interessado em me contratar?, confia o lateral, cujo contrato termina ainda este mês.

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