Acusado de suborno, Ecclestone será julgado em abril

Acusado de pagamento de suborno e de consequentemente ter agido de forma corrupta durante o processo de venda de direitos comerciais da Fórmula 1 ao fundo de investimentos britânico CVC Capital Partners, realizado em 2005, o chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, será julgado em abril por um tribunal alemão.

Formalmente indiciado pela promotoria de Munique, em julho de 2013, por seu envolvimento neste caso de corrupção, que só emergiu em 2011, o dirigente de 83 anos de idade foi acusado de ter feito um “negócio corrupto” com o banqueiro Gerhard Gribkowsky, considerado culpado pela Justiça por aceitar um pagamento ilegal durante a venda dos direitos comerciais da F1 no passado.

Gribkowsky teria sido subornado por Ecclestone com uma quantia de US$ 45 milhões, sendo que na Alemanha as sentenças para este tipo de crime variam entre três meses e dez anos de prisão.

A data do julgamento de Ecclestone ainda não foi marcada, mas o mesmo está previsto para começar no final de abril, informou o tribunal estadual de Munique nesta quinta-feira por meio de um comunicado.

As advogados alemães de Ecclestone, Sven Thomas e Norbert Scharf, disseram, também por meio de um comunicado, “que o alegado suborno não aconteceu”, depois de Gribkowsky ter sido condenado pela Justiça alemã em 2012, quando recebeu uma sentença de oito anos e meio de prisão. Ele foi considerado culpado de corrupção, sonegação de impostos, desvio de dinheiro e fraude fiscal.

Condenado, Gribkowsky foi acusado de pressionar Ecclestone a lhe dar dinheiro, de usar fundos do banco público Bayern LB para pagar uma comissão de US$ 41 milhões ao chefão da F1 e de concordar com o pagamento de mais US$ 25 milhões para a Bambino Trust, um companhia ao qual o dirigente estava filiado.

Ecclestone teria subornado Gribkowsky com suposto objetivo de de poder escolher um comprador de seu interesse dos direitos comerciais da F1. No caso, o fundo de investimentos britânico CVC Capital Partners teria sido beneficiado durante este processo de venda.

Ecclestone, entretanto, insiste que não fez “nada ilegal”, mas ele reconheceu que realizou um pagamento de 10 milhões de libras a Gribkowsky depois de alegar que foi pressionado a fazê-lo pelo banqueiro. O chefe da F1 alega que foi extorquido porque Gribkowsky ameaçou denunciar irregularidades fiscais do dirigente para autoridades britânicas.

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