Alvo de polêmica em razão de declarações consideradas racistas, Carlo Tavecchio foi eleito nesta segunda-feira o novo presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC). Ele superou Demetrio Albertini para substituir Giancarlo Abete, que renunciou ao cargo depois da eliminação precoce da seleção italiana na fase de grupos da Copa do Mundo, no Brasil.
Tavecchio, de 71 anos, venceu a eleição na manhã desta segunda somente na terceira rodada da disputa. Ele obteve 63,63 % dos votos, contra 33,95% de Albertini. Ao todo, 274 delegados votaram no pleito.
O novo presidente era o favorito para vencer a disputa nas últimas semanas, desde que ganhou o apoio da Lega Pro, responsável por organizar as duas primeiras divisões do Campeonato Italiano. Na prática, Tavecchio passou a contar com o suporte dos clubes italianos.
Um dos vice-presidentes da FIGC, Tavecchio se tornou protagonista de uma grande polêmica quando foi questionado sobre a presença de jogadores estrangeiros na Itália há cerca de duas semanas. “Na Inglaterra, eles escolhem os jogadores com base no profissionalismo, enquanto dizemos que ‘Opti Poba’ está aqui. Ele estava comendo bananas antes e agora está como titular da Lazio e tudo bem”, declarara o dirigente.
Ele estaria fazendo uma referência ao camaronês Joseph Minala, que chamou a atenção na última temporada ao ser contratado pela Lazio e aparentar ter muito mais que os 17 anos relatado por ele. Após uma investigação, no entanto, a Federação Italiana constatou que o jogador falava a verdade.
A forma como Tavecchio se referiu aos jogadores do exterior, em especial supostamente a Minala, gerou revolta na Itália e os pedidos para que ele deixe a eleição da FIGC ganharam força. Principal jornal esportivo do país, o Gazzetta dello Sport escreveu um editorial requisitando a desistência de Tavecchio. Os pedidos, contudo, não surtiram efeito e Tavecchio será o novo presidente da Federação Italiana de Futebol.
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