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Acusado de liderar doping na Rússia, Mutko recorre à CAS contra suspensão do COI

Banido dos esportes pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o russo Vitaly Mutko recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar retomar sua atuação como dirigente esportivo. Mutko, que atualmente é o vice-primeiro-ministro da Rússia, já foi ministro do Esporte, presidente da Federação de Futebol da Rússia e presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo deste ano.

Mutko precisou se afastar destas entidades nas últimas semanas após ter aplicada a punição pelo COI, no começo de dezembro. Segundo a apuração liderada por Richard McLaren, investigador independente da Agência Mundial Antidoping (Wada), o ex-ministro russo era o chefe do plano de estado para elaborar um dos maiores sistemas de doping da história.

De acordo com as acusações de McLaren, confirmadas pela decisão do COI, Mutko liderava o esquema que garantia atletas russos pudessem se dopar, sem risco de serem pegos, durante a disputa dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, disputado em solo russo, em 2014. Desde então, porém, ele foi promovido dentro do governo russo e se transformou em vice-primeiro ministro.

Após ser punido, Mutko rejeitou qualquer responsabilidade e insistiu que não existiam provas. Além disso, ele insinuou que a Rússia não aceitaria a “intervenção” de uma entidade nos “assuntos de um país”.

Ao recorrer contra a punição aplicada pelo COI, Mutko garantiu que “o procedimento vai concluir, ao fim dos Jogos de Inverno, que não havia qualquer necessidade de uma decisão urgente” sobre o seu caso.

Na decisão do COI que baniu, a entidade também impediu a Rússia de disputar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, no próximo mês, na Coreia do Sul. A bandeira russa não poderá ser erguida na cerimônia de abertura e nenhum dirigente político ou esportivo poderá viajar até o evento.

Foi a primeira vez na história que um país inteiro foi banido por conta de doping. Para que um atleta russo possa participar, ele terá de provar diante de uma comissão internacional sua situação. Aqueles autorizados terão um uniforme diferente dos demais e, se vencerem, apenas escutarão o hino olímpico. Atletas que já tenham sido pegos no doping no passado não serão autorizados a competir, mesmo que já tenham cumprido a suspensão.

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