Acusação de homofobia gera polêmica na Superliga

Um caso polêmico está agitando as semifinais da Superliga Masculina de Vôlei. Michael, jogador do Vôlei Futuro (SP), afirma que foi alvo de homofobia durante a partida da última sexta-feira diante do Sada/Cruzeiro em Contagem (MG). No confronto, a equipe da casa venceu por 3 sets a 2 e saiu na frente na série melhor de três.

Michael, que é homossexual, disse que foi chamado de “bicha” pela maior parte dos torcedores presentes no ginásio, em coro. O árbitro não relatou o ocorrido na súmula, mas o Vôlei Futuro encaminhou um relatório ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e cobra providências.

“Tratando-se da torcida do Cruzeiro, esta atuou de maneira feroz e preconceituosa, mostrando ódio, aversão e discriminação a um dos atletas do Vôlei Futuro, deixando claro o manifesto de homofobia dentro do Ginásio. O coro era de forma organizada, crianças, homens e mulheres se juntaram para cometer o tremendo desrespeito e discriminação com o atleta Michael”, destaca, em nota, o Vôlei Futuro.

A equipe de Araçatuba também reclama da superlotação do local. Diz que se deparou com um segurança “aparentemente alcoolizado”, afirma que não havia ingressos para a sua torcida e denuncia que o policiamento local era inferior à necessidade de pessoas presentes.

“Na saída mais um caso de desrespeito, do ginásio até o ônibus da equipe não havia segurança ou membro da organização da equipe adversária. Nossos atletas passaram pelos torcedores que se agrupavam para xingá-los e desrespeitá-los”, ressalta o comunicado do time paulista.

RESPOSTA – O Cruzeiro refuta as acusações e ainda ataca o rival. “Suspeitamos que tais ‘denúncias’ sejam uma nítida manobra no sentido de intimidar a nossa equipe e nossa torcida no jogo da volta em Araçatuba, no próximo sábado”, diz, em nota. A equipe mineira teme hostilidade contra seus jogadores no próximo confronto.

De acordo com a diretoria cruzeirense, o jogo foi normal e a torcida fez uma festa bonita, como sempre acontece na Superliga. “O Cruzeiro não incentiva e nem apoia atos considerados como preconceituosos. Ao contrário, sempre pede que todos sejam tratados com respeito. Após a partida, funcionários da equipe Sada/Cruzeiro viram vários atletas do Vôlei Futuro, como Leandro Vissotto, Mário Jr e Michael tirando fotos e dando autógrafos para os torcedores, em sua maioria crianças e mulheres, num clima comum a um jogo de vôlei. Nenhuma confusão.”

Além disso, o time de Minas Gerais declara que todos os integrantes da delegação do Vôlei Futuro foram bem recebidos no ginásio. Com o clima tenso e sob polêmica, Vôlei Futuro e Cruzeiro voltam a se enfrentar no próximo sábado, em Araçatuba, pelas semifinais da Superliga.

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