A permanência de somente um time do interior com título de campeão na disputa do Campeonato Paranaense 2010 demonstra a crise das equipes de fora da capital.
Dos seis times que um dia foram grandes, quatro fecharam as portas para o futebol profissional, um foi recentemente rebaixado para a Segundona e o Paranavaí, único sobrevivente, entra em campo receoso pelas despesas decorrentes do “Supermando” em 2009.
“Esse regulamento adotado pela Federação Paranaense só agrada time de Curitiba. O futebol do interior já passa por dificuldades, com essas medidas a tendência é piorar”, lamenta Lourival Furquim, diretor do Paranavaí. Das 95 edições do Paranaense, o Vermelhinho do Fim da Linha foi o último time do interior a levantar a taça, em 2007.
Tubarão agoniza
Em 2009, o LEC caiu para a Segundona e pouco antes das eleições sofreu uma intervenção da Justiça do Trabalho. Antigos ídolos do Tubarão lamentam o atual momento.
“Quando o (presidente Antônio) Franchello foi me buscar em Porto Alegre, chegou com uma maleta cheia de dinheiro. Depois, fui recebido por uma multidão no aeroporto. Era realmente o time da cidade. Mas hoje só se escuta falar de notícia ruim”, compara o ponta Dalton, campeão paranaense com o Londrina em 1962. Depois desse o Alviceleste ganhou outros dois (1981/92).
O ex-jogador, hoje com 67 anos, resume com tristeza a situação do ex-clube. “Fiquei chocado quando soube que estão tentando fechar o Londrina. Quando um clube vai mal, são as cabeças do time ou da cidade que proporcionam. Às vezes é proposital”, afirma.
Ficaram na memória
Entre os outros campeões, todos encerraram suas atividades no futebol profissional. Somente o Grêmio de Maringá, vencedor de três estaduais (1963/64/77),dá sinais de uma possível volta.
Os outros times não demonstram sinais de interesse em voltar ao profissionalismo. Monte Alegre de Telêmaco Borba (1955), Comercial de Cornélio Procópio (1961) e Cascavel E. C. (1980, com o Colorado) ficaram apenas na memória.