Hoje, em Zurique, na Suíça, a Fifa irá divulgar oficialmente os nomes de todas as sedes da Copa das Confederações 2013 e também quantos jogos cada uma das 12 cidades irá receber no Mundial de 2014. Apesar de um discurso otimista do Comitê Organizador de Curitiba, a capital paranaense deve mesmo ficar fora da competição laboratório para a Copa do Mundo.
De maneira extraoficial, Curitiba e Porto Alegre não vão mesmo participar do torneio. Segundo o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, o atraso nas obras, além da falta de um contrato com uma construtora, algo que a Fifa exige, até para ter garantias de que tudo irá correr dentro do prazo, são os empecilhos para gaúchos e paranaenses.
No caso da Arena da Baixada, o Atlético ainda não definiu quem será a construtora, enquanto as obras no Beira-Rio estão paralisadas porque o Internacional não chegou a um acordo com a empreiteira Andrade Gutierrez. Algumas cláusulas não agradaram o clube gaúcho. “Porto Alegre e Curitiba nos preocupam bastante. Porto Alegre era uma obra que andavam bem, mas não tem contrato assinado e estamos vendo com atenção. Curitiba é uma obra muito menos preocupante em questão de construção, mas as garantias de contrato sempre são um ponto importante para a Fifa”, disse Paiva, em entrevista à Rádio Gaúcha, anteontem à noite.
Porém, de acordo com o secretário estadual para assuntos da Copa do Mundo, Mário Celso Cunha, nada pode ser cravado antes do anúncio oficial. “Tudo que a gente falar agora é especulação, nada oficial. Falei com o Paiva hoje (ontem) e a reunião foi sigilosa. Já está tudo decidido, mas ninguém ainda sabe. Evidente que Curitiba está preparada (para a Copa das Confederações) mas depende deles. Se não formos escolhidos, não vamos ficar satisfeitos, mas faz parte. É um jogo politico da Fifa e temos que entender”, afirmou.
A respeito das declarações de Paiva, Mário Celso disse que pode ter sido uma falta de informação do assessor, uma vez que para ter tratores na Arena, é preciso ter vindo de uma construtora. “Se ele realmente falou isto, acredito que tenha sido por desatenção, porque os tratores que foram colocados lá vieram de algum lugar. O Mário Celso Petraglia criou a SPE (Sociedade de Propósitos Específicos) oficializada na junta comercial, e a papelada já foi toda enviada, aguardando o empréstimo junto ao BNDES. Então a falta de contrato não existe”, completou.
Promessas frustradas
Caso se confirme que a cidade ficará de fora da Copa das Confederações, Curitiba vai se transformando em uma sede de promessas não cumpridas. Quando as subsedes brasileiras foram escolhidas, a capital paranaense era apontada como a que tinha o estádio mais adiantado e que precisaria de poucas obras. Só que na prática não é o que tem acontecido. A Arena da Baixada foi o último estádio a iniciar o processo de reformas para a Copa, o que começou no dia 4 deste mês. Apesar de já ter 45% da construção pronta, o patrimônio atleticano praticamente continua no mesmo estágio de dois anos atrás, quando foram anunciadas as 12 sedes.
Outra tentativa frustrada de Curitiba foi trazer o centro de imprensa da Copa 2014. Alegando que tinha uma excelente infraestrutura para receber jornalistas do mundo inteiro, a cidade acabou se perdendo em meio a tantos empecilhos sobre a Arena, que chegou a correr um pequeno risco de ficar fora da Copa, e viu o Rio de Janeiro ser confirmado como o QG da imprensa.
Agora, o objetivo é cumprir a última promessa: terminar a Arena até dezembro de 2012. Segundo Mário Celso Cunha, a cidade nunca prometeu algo fora da Copa do Mundo, mas garantiu que todas as ações já foram tomadas para cumprir à risca tudo que foi dito a respeito de 2014. “Não houve promessa nenhuma a r,espeito disto (ser sede da Copa das Confederações). Evidente que todas as ações que estamos tomando é para que possamos sediá-la, com o fim das obras da Arena em dezembro de 2012 e a inauguração em março de 2013. Mas não houve compromisso”, concluiu.