Antigas ações de marketing da Federação Paranaense de Futebol (FPF) chegaram a ser motivo de piada para torcedores e cartolas. Isso ocorreu no tempo em que o então presidente Onaireves Moura doou uniformes descaracterizados para os clubes e prometeu avestruzes como prêmio ao melhor goleiro e ao artilheiro do Estadual. Hoje, no entanto, quem ria chega a chorar.
Na gestão de Hélio Cury, diversos dirigentes alegam que, marketing exótico, estão recebendo presentes de grego. Eles chegam em forma de pesados encargos, estádios interditados e contas a pagar. O único benefício prometido para o Paranaense 2011 é a garantia da presença dos clubes da capital em todas cidades do interior e as cotas pagas pela TV. Pouco, se comparado a outros estados.
Pelo menos seis das maiores federações no país dão exemplo de como fortalecer seus campeonatos e clubes. Vale ação social, patrocínio, negociação de dívidas, troca de notas fiscais por ingresso, contratação de jogadores e até curso de capacitação com dirigente da Inter de Milão atual campeã da Copa dos Campeões da Europa. “Seria interessante alguma coisa assim por aqui”, disse o presidente de um clube do interior, que, ao saber completamente o assunto em questão, apenas completou. “O melhor a fazer é ficar quieto”, disse, pedindo anonimato.
Como explica o doutor em história do futebol André Capraro, é dever de toda federação auxiliar os clubes e jamais criar obstáculos. “Mesmo que o dinheiro no caixa da entidade esteja em baixa, é necessário pelo menos buscar e intermediar contatos com o setor privado, como é feito em diversos estados brasileiros”, alerta.
Capraro, que é membro do Núcleo Futebol & Sociedade da Universidade Federal do Paraná, ressalta que as necessidades dos clubes não são atendidas pela FPF, mesmo com o pagamento de taxas e a aceitação do sistema de funcionamento da entidade. “Nosso campeonato há algum tempo deixou de ser referência. Se não houver nada que indique melhoras, é necessário o rompimento e a formação de uma liga. Essa é uma medida extrema. No entanto, se a situação não mudar, não haverá alternativa.”
O posicionamento é o mesmo do presidente da Futpar e do Engenheiro Beltrão, Luiz Linhares. “A FPF não tem um plano de ação de marketing. Tem apenas uma empresa coligada, que é de um dos vices da entidade, e que só serve para manipular o contratos de publicidades, que não são mostrados aos clubes”, denuncia.