Preocupados com os problemas sociais e políticos da Venezuela, vários clubes sul-americanos decidiram ajudar o país vizinho. O América-MG aproveitou viagem a Roraima, onde disputou uma partida da Copa do Brasil, para doar 150 artigos esportivos para um escolinha de futebol ligada à Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e frequentada por crianças venezuelanas.

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Na Colômbia, o Independiente Santa Fe distribuiu 3.500 ingressos para venezuelanos assistirem neste domingo ao jogo contra o Junior Barranquilla, em Bogotá, na ação chamada “Torcedores sem fronteiras”. O time uruguaio Montevideo Wanderers estreou um uniforme vinho em homenagem à seleção venezuelana.

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Mais de cem meninos e meninas venezuelanos e brasileiros jogam futebol na escolinha do treinador venezuelano Luis Madrid em Boa Vista (RR). Na última terça-feira, o treino recebeu a visita da comissão técnica do América-MG, que doou para as crianças do projeto camisas, calções, meiões e bolas. A entrega foi feita de surpresa, no final da atividade. “Eles ficaram muito felizes com o material recebido. Fizeram várias perguntas sobre o clube, o nosso futebol e queriam saber de onde éramos”, conta Felipe Conceição, auxiliar técnico do América.

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“Estar em um local onde se vê centenas de pessoas que só que estão sobrevivendo, literalmente, dia após dia, me trouxe uma sensibilidade muito grande para os problemas que o povo da Venezuela está vivendo”, diz Conceição.

A entrega dos materiais esportivos foi feita no campo do projeto, localizado atrás da Rodoviária Internacional da cidade, que tem sido o destino de milhares de venezuelanos em busca de proteção e assistência. Os treinos oferecem esporte e lazer para meninos e meninas em um cenário de instabilidade política e social.

Desde 2014, mais de 3 milhões de venezuelanos deixaram seu país no maior êxodo na história recente da América Latina. A maioria foge da violência e da falta de comida, remédios e serviços básicos. Mais de 85 mil venezuelanos solicitaram refúgio no Brasil e outros 10 mil obtiveram residência temporária.

Atualmente, cerca de 6 mil moram nos abrigos apoiados pelo ACNUR e seus parceiros em Boa Vista e Pacaraima, além de vários outros que vivem em situação de vulnerabilidade. “O América tem um programa consistente de responsabilidade e não poderia deixar de ajudar uma vez que fomos jogar em Roraima”, diz Erley Lemos, diretor de marketing do clube.