Absoluto, Corinthians supera polêmicas para conquistar título com sobras

A conquista do título do Campeonato Brasileiro mesmo com três rodadas ainda a serem disputadas não deixa dúvidas da superioridade e do merecimento do Corinthians. Porém, o sexto título da equipe paulista não foi conquistado sem polêmicas.

Afinal, decisões equivocadas da arbitragem, especialmente entre o fim do primeiro turno, exatamente quando o Corinthians assumiu a liderança do Brasileirão, e o início da segunda metade da competição, revoltaram adversários diretos na luta pelo título nacional, que chegaram a colocar o torneio em suspeição.

Mas se os erros, boa parte deles em lances relacionados com uma polêmica orientação sobre o toque de mão na bola por defensores, atingiram diretamente a imagem do Brasileirão, nem eles tiveram força para abalar a conquista corintiana, assegurada com inegável superioridade diante dos rivais.

É verdade que o início do Corinthians no Brasileirão não deu qualquer indício de que a conquista seria sacramentada com antecedência. Abalado pela eliminação nas oitavas de final da Copa Libertadores, o time sofreu três derrotas nas oito primeiras oito rodadas, com 13 pontos somados. Depois disso, porém, o time só deixou o campo derrotado em um de 27 jogos, comprovando a força de uma equipe muito difícil de ser superada.

Esses tropeços iniciais coincidiram com adversários que foram uma “pedra no sapato” do Corinthians no Brasileirão. Duas dessas derrotas foram em clássicos, para Palmeiras e Santos. E enfrentar os principais rivais do Estado acabou sendo realmente um problema para o time, que só venceu um de cinco clássicos – ainda enfrentará o São Paulo no seu próximo compromisso como mandante.

Além disso, ir a Porto Alegre também não foi nada bom para o Corinthians. Foi na capital do Rio Grande do Sul que o time sofreu suas outras duas derrotas no Brasileirão – para o Grêmio (3 a 1), ainda no início do torneio, e o Internacional (2 a 1), naquele que foi o seu último revés na campanha vitoriosa, em 16 de setembro. Mas foi só.

O início irregular do Brasileirão também teve relação com a baixa produção ofensiva corintiana, com seis gols marcados nas oito rodadas iniciais. Mas a dificuldade para balançar as redes, alvo de críticas na passagem anterior de Tite pelo Corinthians, também ficou para trás.

O Corinthians chega ao seu sexto título do Brasileirão com o melhor ataque do torneio, com 64 gols marcados em 35 jogos. E tudo isso depois de perder nomes de peso como Emerson e, principalmente, Paolo Guerrero. Ainda que sem um grande artilheiro, Jadson e Vagner Love lideraram a artilharia do time, ambos com 13 gols.

Essa ótima produção ofensiva não provocou, porém, o enfraquecimento do sistema defensivo, tanto que o Corinthians possui a melhor defesa do torneio, com apenas 27 gols sofridos. É, sem dúvida, um campeão que foi melhor em tudo.

Não vacilar contra times menos expressivos também foi uma marca dessa campanha corintiana, o que pode ser melhor exemplificado pelos resultados diante das equipes de Santa Catarina, todas elas figurando nas últimas oito posições do Brasileirão. Foram, até agora, sete jogos, com sete vitórias.

Se o início do ano parecia desenhar um trauma com o Itaquerão, palco das eliminações no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores, superado por Palmeiras e o paraguaio Guarani, a campanha no Brasileirão tratou de confirmar o estádio como um palco temido por qualquer adversário, tanto que o time é o melhor mandante, com 15 vitórias, um empate e uma derrota.

Fora de casa, o Corinthians também não foi pior do que ninguém, com oito vitórias, sete empates e três derrotas, sendo o último triunfo o mais emblemático deles, diante do vice-líder Atlético Mineiro, no último domingo, em um Independência lotado, por 3 a 0.

O clube de Belo Horizonte, sem dúvida o principal oponente corintiano na campanha, já havia sofrido outro revés, no Itaquerão, na 14.ª rodada, sendo batido por 1 a 0. Naquele momento, o Atlético-MG manteve a liderança, mas viu o adversário igualar a pontuação.

E a dianteira viria a ser tomada de modo definitivo na 18.ª rodada, com a vitória por 4 a 3 sobre o Sport combinada ao tropeço atleticano em casa, por 2 a 0, para o Grêmio. Naqueles jogos, em meados de agosto, as arbitragens foram muito questionadas. Mas depois disso, o Corinthians jamais seria alcançado.

O time havia flertado com a liderança ao fim da segunda rodada, fruto das vitórias magras, por 1 a 0, sobre Cruzeiro e Chapecoense. Mas a oscilação nos jogos contra outros times grandes permitiu que a dianteira passasse pelas mãos de Sport, Atlético Paranaense, São Paulo e Atlético-MG, até voltar a ser do Corinthians.

A pressão de líder só trouxe benefícios ao Corinthians, que, a partir do jogo com o Sport, emplacou cinco triunfos consecutivos, série igualada na última rodada, quando o time fez a festa do seu torcedor no Itaquerão com o triunfo diante do Coritiba.

Absoluto em 2015, o Corinthians agora pode usar as rodadas finais do Brasileirão para bater recordes históricos. A marca de campeão com mais antecedência – quatro rodadas – foi igualada, pois só São Paulo em 2007 e o Cruzeiro em 2013 haviam atingido tal feito.

Mas ainda há mais a se fazer. Neste momento com quase 74% de aproveitamento, o time supera a melhor marca da era dos pontos corridos, de 2003, do Cruzeiro, com 72,5%, quando o torneio foi disputado por 24 times. Polêmicas à parte, o Corinthians foi mesmo absoluto na conquista do seu sexto título do Campeonato Brasileiro.

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