O técnico Abel Braga não escondeu o seu abatimento com a dura derrota por 3 a 2 sofrida diante do Vasco, na noite de quinta-feira, no Maracanã, onde o Fluminense acabou sendo eliminado na semifinal do Campeonato Carioca ao levar um gol nos acréscimos do segundo tempo, aos 49 minutos. O empate garantiria o time tricolor na decisão, pela melhor campanha que vinha realizando, e treinador disse que a sua equipe poderia ter liquidado o duelo quando vencia por 2 a 1. Porém, ele admitiu que os vascaínos foram premiados pela melhor atuação que exibiram no clássico.
“Pela situação do Vasco, que entrou em campo precisando vencer, nós não poderíamos ter sofrido os dois gols que tomamos. Num todo, eles jogaram melhor. Poderíamos ter matado o jogo, mas eles jogaram melhor”, afirmou o comandante, em entrevista coletiva, na qual também criticou o fato de a sua equipe não ter conseguido manter o volume ofensivo após ter virado o placar para 2 a 1 na etapa final.
“Esse jogo é até relativamente fácil de explicar: o Vasco veio em cima, era esperado, conseguiu fazer um gol. Depois, conseguimos empatar em boa jogada das poucas do primeiro tempo, viramos no segundo tempo e depois, em momento nenhum, seguramos essa bola no ataque, continuamos tentando imprimir velocidade, tivemos chances claras em contra-ataques e não matamos o jogo”, analisou o treinador.
Abel, entretanto, não deixou de reconhecer que a sua equipe mostrou muita raça e se empenhou ao máximo que podia para conquistar a vaga na decisão, que escapou no finalzinho do clássico. E a eliminação foi frustrante também porque o Fluminense vinha de uma boa vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo, no último domingo, quando conquistou o título da Taça Rio, o segundo turno do Carioca.
“O time titular não tinha perdido no campeonato, tinha sofrido poucos gols e levou três só hoje (quinta-feira). Se tivesse mantido a média, como aconteceu até agora, não teríamos perdido. Foi um fato novo, o adversário lutou muito e nos faltou um pouco de discernimento, mas não faltou alma. Assim como a torcida, que incentivou o jogo inteiro, apoiou o time”, ressaltou.
E Abel também enfatizou a importância de o time levantar a cabeça e já começar a projetar os próximos desafios da temporada, na qual o Fluminense voltará a jogar no dia 11 de abril, contra o Nacional Potosí, no Rio, pela primeira fase da Copa Sul-Americana.
“Vamos encarar de frente, não pode ser diferente, temos que confiar naquilo que temos feito, não vai mudar nada agora, nem fazer ‘terra arrasada’ por essa derrota. Estamos sempre chegando no nosso limite, tivemos atuações impecáveis na competição. Tenho satisfação dos meus jogadores, a gente encara, se prepara para vencer, para fazer aquilo que o torcedor fez até os 50 minutos. Mas não era para ser, paciência”, disse.