Aranha não conseguiu conciliar o sono de quinta para sexta-feira e nas últimas horas tentou deixar no passado o inferno que passou na noite de quinta na Arena Grêmio, em Porto Alegre, para não pôr em risco o seu desempenho frente ao Botafogo, neste domingo, às 16 horas, no estádio do Maracanã, no Rio, pela 18.ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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Insultado criminosamente por um grupo de torcedores que estava atrás do seu gol no segundo tempo do jogo contra o Grêmio, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o goleiro santista inicialmente tentou se manter indiferente às ofensas, mas ao ser chamado de “macaco” e negro fedido ficou transtornado. A revolta aumentou ao perceber que a polícia nada fazia e quando o árbitro do jogo, o goiano Wilton Pereira Sampaio, que é do quadro da Fifa, o acusou de ter provocado os racistas.

Há expectativa sobre o Aranha que vai defender o gol do Santos contra o Botafogo. O goleiro que costuma se tornar intransponível na maioria dos jogos, principalmente quando o restante do time está mal, ou o Aranha abalado moralmente e que sentiu demais a humilhação que sofreu no Sul? O risco dele ficar fora do jogo é quase zero. Só mesmo se o técnico Oswaldo de Oliveira perceber que o seu goleiro de confiança ainda não superou da humilhação a que submetido na noite em que o Santos ganhou com inteligência por 2 a 0 do Grêmio e que deveria ser só de alegria. Habituado a desafios, o mais provável é que Aranha reúna forças para jogar e dar a sua resposta no campo.

Além de quase garantir o time nas quartas de final da Copa do Brasil, a vitória de Porto Alegre pode ter sido o ponto de partida para a reação do Santos na outra competição: o Brasileirão. O resultado só não foi surpresa para Oswaldo de OLiveira. O treinador vinha repetindo que a sua equipe já havia jogado o bastante para vencer como visitante diante de Fluminense, em Volta Redonda (RJ), Internacional, em Porto Alegre, e do favorito ao título Cruzeiro, em Belo Horizonte.

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“Em todas essas partidas, como também contra o Corinthians, quando ficamos com um jogador a menos, tivemos mais volume, criamos as melhores oportunidades, mas não vencemos em razão da infelicidade nas finalizações. E os adversários aproveitaram as poucas chances que tiveram”, disse. Para o treinador, agora mais confiante, a tendência é que o Santos deslanche na competição. Nas 17 rodadas do Brasileirão, os santistas só venceram duas vezes fora da Vila Belmiro, ambas por 2 a 0.

Gabriel, que recebeu o terceiro cartão amarelo no clássico contra o São Paulo, será o desfalque. Oswaldo de Oliveira vai aproveitar para dar mais uma oportunidade a Leandro Damião, que foi bem ao entrar no segundo tempo contra o Grêmio, deixando o velocista Rildo no banco, como arma para o segundo tempo.

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No jogo deste domingo, Oswaldo de Oliveira disse que vai passar por uma situação estranha, enfrentando jogadores que lançou no Botafogo e que se tornaram amigos dele. “É indigesto se defrontar com essa turma. São meninos que a gente ajudou bastante, de quem gostamos e sabemos que há reciprocidade. É preciso saber conviver com isso. Em outras praças isso acontece menos porque o treinador não troca tanto de lado e jogadores também ficam mais tempo nos clubes”, afirmou.