O Campeonato Paranaense de 2006 vai trazer a marca do ?caso Bruxo?. Embora alguns acusados de corrupção tenham sido punidos, o escândalo colocou sob suspeita todas as competições organizadas pela Federação Paranaense de Futebol (FPF). É provável que a maracutaia revelada pela investigação do caso seja constantemente relembrada por quem se julgar vítima do apito no estadual.
Para tentar arejar a sua imagem, a FPF trouxe para o comando do Departamento de Arbitragem o veterano Afonso Vítor de Oliveira, ex-comentarista de TV e ?reserva moral? do apito paranaense, segundo Evandro Rogério Roman – autor das denúncias contra colegas suspeitos de corrupção. A missão de Afonso Vítor e de seus novos colegas – como os também ex-árbitros José Carlos Meger, Gerson Baluta, José Amaral e Waldemar Henrique dos Santos -, é emprestar seus nomes para dar algum crédito à competição. ?Queremos que os árbitros passem por uma reciclagem. Temos que dar chance para os mais novos. Nosso quadro é muito bom, mas precisa de mais preparo e vamos cobrar isso?, falou Afonso, que fará hoje o sorteio para a rodada de abertura do Paranaense.
Outra novidade foi a realização de testes psicológicos em todos os apitadores. ?Esperamos um campeonato sem problemas. O quadro está bastante renovado?, falou o presidente da FPF, Onaireves Moura. Além de quatro eliminados do ?caso bruxo?, dois veteranos deixaram a FPF por estourar o limite de idade: Henrique França Triches e Francisco Carlos Vieira. O novo quadro terá 141 apitadores.
Outro desafio é atrair a presença do torcedor aos estádios. Em 2005, o estadual teve a segunda pior média de público da história (1.925) – isso antes de vir à tona o escândalo da corrupção na arbitragem. Para Moura, há chances de, ao menos, melhorar a marca do ano passado. ?Dois grandes centros, como Maringá e Toledo, retornaram à Série Ouro, e o Coritiba jogará novamente em casa?, ponderou, lembrando que o Coxa atuou em Maringá em 2005. Outro item que pode influir é a liberação dos preços dos ingressos, agora estipulados sem limite mínimo.