Com a chegada de Muricy Ramalho, o São Paulo já somou duas vitórias seguidas, diante de Ponte Preta e Vasco, e conseguiu sair da zona de rebaixamento do Brasileirão. Mas o próprio treinador evita euforia, lembrando que a ameaça persiste – o time está com 24 pontos, fora do grupo dos quatro últimos colocados apenas por causa dos critérios de desempate.
“A situação ainda não é boa. Não podemos nos entusiasmar. Temos que trabalhar muito”, disse Muricy, após o jogo deste domingo, quando o São Paulo ganhou do Vasco por 2 a 0, em São Januário, no Rio.
Apesar de ter duas vitórias em duas partidas no seu retorno ao clube, Muricy evitou destacar pontos negativos antes de sua contratação. “O Paulo (Autuori, seu antecessor no cargo) é campeão de tudo. Se eu ficar falando de como as coisas estavam erradas, poderia respingar em alguém”, justificou.
Apesar do discurso, ele deixou no ar que não concorda com algumas decisões do antecessor. “Não posso abrir mão de um jogador como o Jadson, um meia de seleção brasileira”, avisou Muricy, explicando porque escalou o meia, que vive má fase, como titular neste domingo.
Além de Jadson, Muricy indicou que a meta é recuperar o futebol de atletas que considera fundamentais para a luta contra o rebaixamento. “Quando as coisas estão difíceis, temos que voltar para o mais simples, que é colocar os melhores para jogar”, decretou, citando a necessidade de obter melhor rendimento também do atacante Oswaldo. “São poucos os pontas como ele. Preciso cobrar mais dedicação e trabalho dele.”
Assim, a tendência para os próximos jogos, incluindo o de quarta-feira, contra o Atlético-MG, é a manutenção de duas cabeças pensantes no meio-de-campo. “É difícil jogar com dois meias como o Ganso e o Jadson, mas a função do técnico é achar uma forma de usar os melhores jogadores”, disse Muricy.