(VipComm) – Milhões e milhões de dólares em veículos e equipamentos cruzam durante vários dias de janeiro países miseráveis da África, alguns na lista dos mais pobres do mundo. Mas parte desse dinheiro também é deixada pelo caminho com ações sociais promovidas em parcerias com o Rali Paris-Dakar. É o caso do programa SOS Sahel, que prevê a construção de escolas, hospitais, poços artesianos e barragens para a população carente de Mali, Burkina Fasso e Senegal.
“Com as duas etapas canceladas, quando fomos obrigados a cumprir o percurso em deslocamento por estradas comuns e cruzando várias cidades e vilarejos, tivemos a oportunidade de conhecer melhor esse trabalho da organização”, contou o piloto Klever Kolberg. Ele e o navegador Lourival Roldan, do Mitsubishi Pajero Full da equipe Petrobras Lubrax, quiseram também ajudar de alguma maneira a população. “Nós pegamos comida a mais no acampamento hoje (ontem) pela manhã e distribuímos para as pessoas no meio do caminho”, contou Klever.
No Brasil, a equipe Petrobras Lubrax desenvolve várias ações sociais, como a distribuição de alimentos durante o Rali dos Sertões e a realização de palestras com a verba da venda de ingressos revertidas para instituições. Durante o Dakar, no site oficial da equipe (www.parisdakar.com.br), um leilão com produtos oficiais do time e doados por grandes nomes do esporte arrecada dinheiro para o Projeto Ampliar, que presta atendimento a adolescentes carentes.
Sem disputas
A caravana do rali chegou ontem a Bobo Dioulasso, capital de Burkina Fasso, o quarto país africano que recebe a competição. A prova passará duas noites no acampamento montado no aeroporto e na segunda-feira será dia de descanso. Os concorrentes não terão que fazer etapas cronometradas nem deslocamentos. O rali só volta ao normal amanhã entre Bobo e Bamako, no Mali.
O rali vai completar três dias sem disputas, incluindo o dia de descanso e as duas etapas canceladas, a de sábado e a de ontem, devido a supostas ameaças de ataques contra o evento. Para Klever Kolberg e Lourival Roldan, a pausa forçada não foi uma boa notícia. Eles acreditam que teriam condições de ampliar a vantagem e até melhorar o resultado na categoria carros. Hoje eles ocupam a nona colocação na classificação geral, um ótimo resultado para o Brasil, já que na frente deles apenas carros oficiais de fábrica, muito mais potentes e preparados, e ex-campeões do Paris-Dakar.
“Gostaria que o rali não tivesse parado. O Dakar 2004 está sendo muito difícil e a experiência de pilotagem neste tipo de competição está contando bastante. Por isso achamos que poderíamos ampliar a vantagem ou até mesmo subir posições na classificação geral, embora o nosso resultado esteja acima das expectativas”, disse Klever Kolberg.
O brasileiro disse que a partir de amanhã, quando recomeça a prova, a cautela será de extrema importância. “Depois de três dias de pausa, todo mundo vai querer correr como louco. Precisamos tomar cuidado para manter a colocação e tentar subir no ranking”, comentou Klever Kolberg.
Além de Klever e Roldan, de Mitsubishi Pajero Full, a equipe Petrobras Lubrax está disputando as categorias moto, com Jean Azevedo (KTM 700), e caminhão com André Azevedo e os checos Tomas Tomecek e Mira Martinec.
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